terça-feira, 17 de janeiro de 2012



Planetas com dois sóis são comuns



Circumbinários
Ao mesmo tempo que descobriram que há mais planetas que estrelas na Via Láctea, astrônomos também verificaram que um tipo incomum de sistema planetário não é assim tão raro.
Em Setembro do ano passado, o telescópio espacial Kepler, lançado para descobrir outras terras e até luas habitáveis descobriu um planeta orbitando duas estrelas, como o planeta Tatooine, da saga Guerra nas Estrelas.
Agora, usando o mesmo telescópio, uma equipe liderada por William Welsh, da Universidade de San Diego, descobriu dois novos planetas circumbinários – que orbitam duas estrelas.
Segundo eles, isto mostra que planetas com dois sóis devem ser comuns, com muitos milhões existentes em nossa galáxia.
Planetas com dois sóis

Planetas circumbinários têm dois sóis e, devido ao movimento orbital das estrelas, a quantidade de energia que o planeta recebe varia muito. (Imagem: Lynette Cook)
Os dois novos planetas, chamados Kepler-34b e Kepler-35b, são ambos planetas gasosos do tamanho de Saturno.
O Kepler-34b orbita suas duas estrelas, semelhantes ao Sol, a cada 289 dias, e as próprias estrelas giram uma em torno da outra a cada 28 dias.
O Kepler 35b-gira em torno de um par de estrelas menores (80 e 89 por cento da massa do Sol) a cada 131 dias, e suas estrelas orbitam uma à outra a cada 21 dias.
Ambos os sistemas estão na constelação do Cisne, com o Kepler-34 localizado a 4.900 anos-luz da Terra, e o Kepler-35 a uma distância de 5.400 anos-luz.
Vida com dois sóis
Planetas circumbinários têm dois sóis e, devido ao movimento orbital das estrelas, a quantidade de energia que o planeta recebe varia muito.
Este fluxo variável de energia deve gerar climas descontroladamente diferentes.
“Seria como percorrer todas as quatro estações muitas vezes por ano, com enormes variações de temperatura,” explicou Welsh. “Os efeitos dessas oscilações climáticas sobre a dinâmica atmosférica e, finalmente, sobre a evolução da vida em planetas circumbinários habitáveis é um tema fascinante que estamos apenas começando a explorar.”
Tal como o Kepler-16b, o primeiro planeta com dois sóis a ser descoberto, estes novos planetas também eclipsam suas estrelas hospedeiras em relação à Terra, que é como o telescópio Kepler conseguiu encontrá-los.
Não tão caótico
Quando apenas o Kepler-16b era conhecido, permaneceram muitas questões sobre a natureza dos planetas circumbinários – a mais importante delas sendo justamente se ele seria uma anomalia.
Com a descoberta desses dois novos mundos estranhos, os astrônomos agora podem responder a muitas dessas perguntas, já que agora eles sabem que estão começando a estudar uma classe inteiramente nova de planetas.
“Acreditava-se que o ambiente em torno de um par de estrelas seria demasiado caótico para um planeta circumbinário se formar, mas agora que confirmamos três deles sabemos que é possível, se não provável, que haja pelo menos milhões [de planetas circumbinários] na galáxia,” avalia Welsh.

Neurociência nos tribunais


Royal Society discute as possibilidades e limitações do uso de análises cerebrais nas aplicações da lei. Em relatório recém-lançado pela entidade britânica, especialistas recomendam encontros periódicos entre profissionais do direito e neurocientistas.

(Montagem: Carla Almeida)
Em relatório da Royal Society, especialistas discutem o uso responsável da neurociência nos processos jurídicos. Técnicas baseadas em análises cerebrais, cada vez mais comuns, devem ser usadas apenas para auxiliar decisões.
Mapeamento cerebral e análises genéticas têm sido usados com cada vez mais frequência em tribunais de todo o mundo. Mas é preciso cautela na hora de se tomar decisões legais com base em evidências obtidas por meio dessas técnicas, alerta a Royal Society, a academia de ciência do Reino Unido.
A entidade lançou na semana passada o relatório ‘Neurociência e a lei’, no qual registra justamente o abuso jurídico na aplicação de procedimentos desenvolvidos especialmente nesse campo. “É irresponsável usar tais métodos como evidências conclusivas”, defende o psicólogo experimental Nicholas Mackintosh, da Universidade de Cambridge e líder do grupo de autores do relatório, composto por especialistas em neurociência, direito, psicologia e ética.
“Na verdade, nenhum método científico oferece 100% de certeza. A ciência serve para dar probabilidades e por isso funciona como auxiliar em questões legais, junto a outras evidências.”
“A ciência serve para dar probabilidades e por isso funciona como auxiliar em questões legais, junto a outras evidências”.
O documento aponta as limitações por trás de algumas das técnicas mais utilizadas hoje envolvendo o cérebro. Os detectores de mentira, por exemplo, que supostamente indicam quando um indivíduo está mentindo, podem ser ‘enganados’ pelos acusados e, portanto, não deveriam ser utilizados como evidência principal para uma condenação.
O uso de exames neurológicos para classificar casos de dor, que permitiria checar a veracidade de pedidos de indenizações por acidentes ou aposentadoria por problemas de saúde, também apresenta problemas, segundo o relatório.
Esses exames detectam se há atividade nas áreas do cérebro que processam estímulos dolorosos, mas ainda não é capaz de definir a intensidade dessa dor, já que não leva em conta variáveis importantes como o estado de espírito do indivíduo ou mesmo seu foco de atenção. “Mas é bem provável que em alguns anos a técnica se torne suficientemente eficiente a ponto de ser usada em decisões legais”, afirma Mackintosh.
Outra questão preocupante apontada pelo pesquisador diz respeito ao uso indevido por criminosos de evidências genéticas e neurológicas como atenuante para seus crimes – “meus genes me fizeram fazer isso”. Mackintosh contesta: “Na verdade, ninguém é obrigado a cometer um crime. Mesmo no caso de pessoas classificadas como sociopatas, há uma probabilidade um pouco maior, mas nada além disso.”
De mãos dadas
O relatório também aborda as possibilidades abertas pelos avanços da neurociência e da genética no contexto jurídico. Os autores são especialmente otimistas em relação ao uso de análises científicas para auxiliar decisões sobre liberdade condicional.
Nesse caso, exames cerebrais poderiam ajudar a avaliar as chances de uma pessoa condenada voltar a cometer crimes. Por exemplo, se o cérebro de uma pessoa tem características relacionadas ao comportamento sociopata e se, além disso, ela sofreu abusos na infância, a chance de reincidência é estatisticamente maior e, segundo os especialistas, isso deveria ser levado em consideração na hora de se decidir sobre os riscos que, solta, ela representa para a sociedade.
Ressonância magnética cerebral

Ressonância magnética cerebral. Especialistas veem com otimismo a possibilidade de se usar exames cerebrais para avaliar as chances de uma pessoa condenada voltar a cometer crimes. (Imagem: max brown/ sxc.hu)
Para superar as limitações e mais bem explorar as possibilidades oferecidas pela ciência no campo legal, o relatório recomenda encontros periódicos entre profissionais do direito e neurocientistas que permitam que os primeiros se mantenham atualizados em relação aos avanços dos estudos do cérebro.
Os especialistas também apoiam a introdução de conhecimentos da neurociência nos cursos de direito, nos moldes do que já ocorre em certas universidades dos Estados Unidos, e observam que entre os anos de 2005 e 2009 o uso de evidências genéticas ou neurológicas em tribunais naquele país mais do que duplicou, especialmente nos casos de assassinato.
“A neurociência tem como objetivo entender comportamentos, enquanto o direito serve para regular comportamentos; nada mais natural que essas duas áreas trabalharem em conjunto”, concluiu Nicholas Mackintosh.
‘Neurociência e a lei’ é o quarto relatório da série ‘Ondas cerebrais’, que analisa recentes avanços na área da neurociência e suas aplicações na sociedade.

Copo de macarrão vira robô e avisa quando comida está pronta


Robotimer tem articulações nos braços e pernas, além de luzes LED no "peito" e nos "olhos" (Foto: Divulgação)
A Nissin Food, fabricante do Cup Noodles, em parceria com a empresa japonesa de robótica Vstone criou um robô no formato do clássico copo de macarrão, o Robotimer. Segundo o Technabob, o autômato marca o tempo necessário para que seu macarrão fique pronto, e avisa o usuário com uma sirene. Para ver o robô ganhar forma, basta acionar o timer, na parte superior do “copo”.
O Robotimer possui diversas articulações nos braços e pernas para que, quando não estiver sendo usado, fique do tamanho do copo original de macarrão. Ele também possui um eixo no pescoço, permitindo que movimente a cabeça.
O robô ainda possui oito lâmpadas de LED, duas nos “olhos” e seis no “peito”, que indicam quanto tempo falta para que a refeição instantânea fique pronta. Enquanto os três minutos de cozimento transcorre, o Robotimer abana os braços e fala – em japonês.
O temporizador robótico foi desenvolvido em comemoração ao quadragésimo aniversário do Cup Noodles no Japão, e ao que tudo indica, ele não será lançado fora do país asiático tão cedo. Para adquirir o robô, os interessados (de lá) devem se inscrever em um sistema semelhante a uma loteria, e além da aprovação da marca, ainda precisam comprovar que compraram o macarrão instantâneo.