quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Tábuas de Tropeço

E se dirá: “Aterrem, aterrem, preparem o caminho! Tirem os obstáculos do caminho do Meu povo.” Isaías 57:14, NVI

Quando meu neto, Gabriel, tinha uns 2 anos de idade, ele disse algo que me impressionou muito. Um dia, quis ver o vídeo de uma história bíblica da qual gostava. Quando fomos para a sala, ele correu tão rápido quanto suas perninhas permitiam. Ao subir o degrau da cozinha para a sala de estar, tropeçou no piso de madeira e caiu. Quando ouvi o som da queda, corri para ajudá-lo e colocá-lo no colo, confortando-o da melhor maneira para aliviar a dor e fazer passar o susto.

– Ah, vovó – disse ele –, eu quero ir para o Céu. – Quando perguntei por que queria ir para o Céu, ele respondeu: – No Céu não haverá tábuas para me fazerem tropeçar e cair.

Não consegui evitar – dei uma risadinha. Mesmo assim, pensei em suas palavras e fiquei feliz por saber dos seus pensamentos positivos acerca do Céu. Ele queria ir porque lá nada o faria tropeçar e cair.

Quantas vezes temos tropeçado e caído? Ficamos deitadas no chão, feridas, cheias de dor, humilhadas, incapazes de erguer-nos por nós mesmas. Muitas vezes, usamos apenas a nossa força e não conseguimos levantar-nos. Ali ficamos, lamentando nossa situação. Esquecemo-nos de Jesus. Ele não só pode erguer-nos – pode também remover as “tábuas” que nos fazem tropeçar e cair.

Em nossas lutas diárias, muitas coisas nos fazem tropeçar; contudo, se nos apegarmos firmemente à mão de Jesus, não cairemos. Ele é a nossa força, nosso guia fiel durante tempos difíceis. Jesus endireita os nossos caminhos, remove obstáculos, refresca os dias quentes, aquece as noites frias e desfaz as nuvens escuras. Ele é a luz no fim do túnel. É a solução para tudo em nossa vida. Ao Seu lado, nada temos que temer.

Ele não nos abandonará. Certamente virá em nosso auxílio para nos curar as feridas. Jesus nos ama muito. Deseja ver-nos, a todas, no Seu lar eterno, onde não haverá tábuas que nos façam cair. Lá, permaneceremos em pé para sempre, diante de nosso amado Jesus.

Querido Jesus, toma-nos hoje em Tuas mãos – não nos deixes cair. Fortalece-nos em nossas debilidades. Leva-nos para o Céu, onde não haverá nada que nos faça tropeçar. Amém!

Aparecida Bomfim Dornelles

O Amor é uma Escolha

Assim como nos escolheu nEle antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele; e em amor. Efésios 1:4

Alguma vez você já participou de uma discussão que pareceu penetrar em cada aspecto da vida? Recentemente, me envolvi em algumas discussões em que se debatia se o amor é ou não uma escolha. Essa discussão foi provocada por um guia de estudo da Bíblia que tratava da unidade nos relacionamentos, tanto pessoais quanto espirituais. A gama de debatedores ia desde ministros a obreiros bíblicos, professores de classes bíblicas, leigos e colegas. E parecia não haver meio-termo. Ou concordávamos ou discordávamos com veemência. Pessoalmente, eu defendia que o amor é, sim, uma escolha – no relacionamento com o cônjuge, com membros da família, membros da igreja, amigos ou com Deus.

Quando um homem e uma mulher se casam, eles comparecem diante de Deus e assumem o compromisso de amar um ao outro a despeito de qualquer dificuldade. Deus espera que honremos esse compromisso, conservando o relacionamento puro e imaculado. Isso também se aplica a relacionamentos entre membros da família, membros da igreja e amigos. Satanás tem distorcido esse conceito de amor, usando sentimentos, em lugar da sabedoria divina, como o elemento dominante. Não devemos depender dos sentimentos, porque eles também são enganadores, mas uma escolha pode permanecer como uma “árvore plantada junto a corrente de águas” (Salmo 1:3).

O mesmo conceito se estende ao nosso relacionamento com Deus. Quando nos tornamos cristãos, aceitamos que somos pecadores necessitados do Pai celeste. Fazemos a escolha de amá-Lo. Lucas 16:13 declara que não podemos servir a dois senhores. Podemos honrá-Lo e respeitá-Lo em tudo o que dizemos e fazemos, ou podemos rejeitá-Lo. A beleza do amor de Deus, porém, é que Ele nos permite fazer essa escolha, e deixou o melhor exemplo por meio de Seu Filho unigênito.

Jesus escolheu deixar Seu domínio celeste e tornar-Se nosso Redentor. Escolheu tornar-Se o cordeiro sacrifical. Escolheu ser rejeitado e escarnecido. Quando agonizava no Getsêmani, escolheu a vontade do Pai, de preferência aos próprios sentimentos. Escolheu levar sobre os ombros os pecados de cada ser humano, a fim de que pudéssemos ter a vida eterna. Escolheu ser açoitado e crucificado. Escolheu morrer por nós e tornar-Se nosso advogado celestial. Sim, o amor é uma escolha – uma oportunidade profunda de amar Aquele que nos amou primeiro. Assim, a questão é: Que escolha você fará?

Evelyn Greenwade Boltwood

Presentes “Caros” Custam Pouco

Um presente é como pedra preciosa aos olhos de quem o recebe. Provérbios 17:8, versão King James

Acho que comprar algo para alguém que possui tudo o que o dinheiro pode adquirir tira o prazer de dar um presente com valor monetário. Usando um pouco de criatividade, porém, aprendi que há presentes de valor inestimável que o dinheiro não pode comprar. Cheguei à idade em que minhas necessidades e meus desejos são mínimos, porém ainda recebo presentes bem escolhidos que me dão grande prazer.

Num sábado, uma ex-aluna, agora mulher adulta, colocou o braço ao meu redor e disse: “Pensei em você ontem.” Ela trouxe para a frente o seu outro braço e me presenteou com seis flores de açafrão, suaves, aveludadas, cor de malva, com papel de seda envolvendo os caules. “Lembra-se de que eu costumava trazer-lhe estas flores todas as primaveras, quando era sua aluna?” continuou ela.
Esse gesto bondoso me deixou arrepiada. Os açafrões não eram flores silvestres na região onde cresci, de modo que essas delicadas flores, que abrem caminho pelo chão quase antes que se derreta a última neve, me intrigavam.

Outro dia, quando voltava ao carro após ter trabalhado nos arquivos da escola a manhã inteira, notei um dente-de-leão preso sob o limpador do parabrisa. Aquilo me fez sorrir. Embora os dentes-de-leão sejam ervas daninhas incômodas que procuramos controlar no gramado, essa flor amarela enfeitando o parabrisa assumiu, de repente, o valor do ouro. Ainda preciso descobrir quem foi a pessoa que praticou esse ato espontâneo. Não custou um centavo, mas continua a me fazer sorrir toda vez que vejo um dente-de-leão.

Minha irmã é especialista em fazer surpresas culinárias, de tempos em tempos. Quando volto do trabalho para casa, muitas vezes encontro biscoitos ou batatas fritas crocantes, como vovó costumava fazer, sobre o balcão da cozinha, ainda quentinhas, prontas para a hora da refeição.

Lembro-me daquele inverno em que as escolas fecharam por dois dias, por causa de uma nevasca que bloqueou ruas e as entradas das garagens. Assim que as ruas foram liberadas, meu pai dirigiu 56 quilômetros para desimpedir a entrada da minha garagem. E para coroar esse trabalho de amor, mamãe enviou por meio dele bolinhos cobertos com açúcar e canela.

Pensemos em alguns presentes em forma de tempo ou labor que possamos dar hoje, e que sejam lembrados como um tesouro por alguém, para sempre.

Edith Fitch

Limpeza do Coração

Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo. Apocalipse 3:20, NVI

Felizmente, posso dizer que moro numa cidade bonita, organizada, arborizada, no interior do país. Minha cidade é conhecida como “Morada do Sol”.

Era de manhã, o Natal estava chegando e eu me encontrava no ônibus, esperando que a porta se abrisse, perdida em meus pensamentos, indo para o centro da cidade. Com o belo Sol a brilhar, as pessoas estavam felizes. Funcionários da prefeitura limpavam a calçada e o asfalto perto do meio-fio, arrancando as ervas daninhas. (Como crescem rapidamente as ervas daninhas, tirando a beleza do lugar, dando uma aparência de sujeira às coisas, fazendo com que pareçam mal conservadas e abandonadas!) Cumprimentei as pessoas que ali trabalhavam, e observei sua dificuldade para remover as ervas daninhas. Foram tentadas muitas abordagens diferentes – usaram ângulos diferentes e várias ferramentas. Mais tarde, com o trabalho feito, que diferença! Como foi que passamos tantas vezes por ali sem nos incomodarmos com aquela cena horrível? A área, agora, estava realmente bonita e limpa!

Vendo a área limpa, entendi o que Deus deseja fazer em minha vida. Tantas vezes permito que as ervas daninhas dos maus hábitos e pensamentos, palavras descuidadas e pecados arraigados tomem conta do meu coração. Tudo isso penetra furtivamente, tornando meu coração feio, sujo, descuidado e abandonado. Por vezes, entendo a situação e tento arrancar as ervas com meu próprio esforço. Mas só posso remover o que está por cima. As raízes permanecem, e logo as ervas crescem outra vez, deixando o coração pior do que antes. Assim como os funcionários, às vezes uso diferentes ferramentas e ângulos, mas as ervas daninhas me desafiam o esforço.

Só quando peço, de verdade, o auxílio do Senhor Jesus, especialista em remover ervas daninhas e expelir coisas ruins, estou usando a ferramenta certa para realmente limpar o coração. Desperdiço muito esforço e tempo. Somente Jesus quer limpar meu coração e só Ele pode! Preciso abrir o coração a Ele, para que entre e mude minha vida inteira. O melhor de tudo é que Ele me torna muito feliz!

Muito obrigada, Senhor, pela lição que aprendi hoje! Vem, Senhor Jesus, remove as ervas daninhas profundamente arraigadas, e torna meu coração a Tua morada para sempre!

Marinês Aparecida da Silva Oliveira

“Salvar” ou “Salvar Como”

Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro em mim um espírito inabalável. Restitui-me a alegria da Tua salvação. Salmo 51:2, 10, 12

Aquelas de vocês que usam computador regularmente conhecem as opções de “salvar” e “salvar como”, sob o comando “Arquivo” na barra de menus. Embora eu deteste admiti-lo, porque pode parecer que minha capacidade de compreensão seja gravemente prejudicada, levou anos para que eu entendesse a diferença entre as duas opções. Meus filhos, tecnologicamente “por dentro”, ainda balançam a cabeça quando menciono isso.

Certo dia, eu preparava o boletim semanal para a minha classe quando Arlene, outra professora, entrou e viu o que eu estava fazendo. Depois de fazer algumas perguntas, ela imediatamente percebeu que, a cada semana, eu alterava o boletim, mas não salvava o anterior. Indagou por que eu não salvava os boletins anteriores, para, no fim do ano letivo, ter todos eles. Admiti que, simplesmente, não entendia como fazer isso. Ela, então, explicou como usar essas opções. Foi nesse momento que se acendeu a luzinha para mim, a respeito de “salvar” e “salvar como”. Como me senti bem quando finalmente entendi isso! E fiquei muito feliz por saber que me beneficiaria com esse recurso imediatamente e no futuro, ao usá-lo.

Cristo deseja salvar-nos a todas – cada uma de nós. Mas Ele não quer salvar-nos como somos – carnais e inclinadas a pecar. Deseja mudar-nos para que, por meio de Sua força, nos tornemos mais semelhantes a Ele cada dia. Precisamos, porém, fazer a escolha. Ele não quer “que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pedro 3:9), mas a opção “salvar como” não nos levará para o Seu reino. Ele deseja que escolhamos a opção “salvar”, para abrirmos a porta a fim de que Ele entre e nos transforme à Sua semelhança. Essas mudanças só podem ocorrer mediante a Sua força.

Querido Pai celestial, por favor leva-me para mais perto de Ti cada dia, para que eu aceite a Tua salvação e experimente vitórias em Ti. Então, haverá alegria no Céu por uma pecadora que se arrepende (Lucas 15:7).

Sharon Thomas

Subindo o Monte

Todavia, como está escrito: “Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que O amam.” 1 Coríntios 2:9, NVI

Após muitos anos de total dedicação à obra do Senhor, chegamos à nossa tão aguardada aposentadoria. Como os pais do meu esposo eram agricultores, ele se considerava filho do interior, e seu sonho era possuir um pequeno sítio. Após anos, orando e procurando, Deus nos deu o que queríamos – uma pequena propriedade rural, numa aprazível região com clima maravilhoso e muitas árvores frutíferas, em Santa Catarina, no sul do Brasil.

Deus Se preocupa sempre com o que é melhor para nós, concedendo-nos, muitas vezes, bem mais do que pedimos. A terra na frente da nossa fazenda é plana, com uma pequena montanha nos fundos. Um dia, eu disse ao meu esposo: “Vamos escalar o monte. Você verá que a vista lá de cima é esplêndida! Certamente a subida não será fácil, mas o esforço valerá a pena.”

Assim, fizemos os preparativos e começamos a subida com nossos fiéis companheiros caninos, Moleque e Bonzão. Enquanto subíamos, enfrentamos várias dificuldades. Num determinado ponto, uma rocha era grande demais para ser transposta; em outro local, havia pedregulho solto, o que nos levava a escorregar. Havia arbustos com espinhos. Até uma pequena serpente nos surpreendeu, fazendo com que eu pulasse, assustada. Os cachorros corriam, ora à nossa frente, ora atrás de nós, passando às vezes, inclusive, entre as nossas pernas, quase levando-nos a uma queda.

Chegamos, por fim, ao topo do monte e nos sentamos sobre uma grande pedra para olhar ao redor. Como foi maravilhoso olhar de cima e ver outras montanhas, a estrada estreita, lagos e rios sinuosos! “A escalada realmente valeu a pena!” exclamamos. Tomados pela alegria do momento, cantamos um hino.

Nosso preparo para o Céu não é diferente. Enfrentamos muitos obstáculos, escorregamos aqui e ali, encontramos espinhos. Muitas vezes, precisamos começar de novo. Há momentos em que recebemos influências negativas de fora do nosso lar (e às vezes de dentro), e pode até acontecer que nos desviemos do caminho que nos leva ao “topo”. Graças ao nosso bom Pai celeste, Ele nunca nos abandona, e a subida se completa. Tenho certeza de que valerá a pena!

Jaci da Silva Vôos

Tubos de Louvor

Quem é esse Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, Ele é o Rei da Glória. Salmo 24:10

A música sempre fez parte da minha vida. Aprendi quando criança a tocar piano, e depois passei para o órgão eletrônico. Tornei-me musicista na igreja, tocando sempre que houvesse necessidade. Aprendi a tocar órgão de tubos, o que resultou num cargo de expediente integral que tenho ocupado há muitos anos, encarregando-me da música para os cultos semanais, casamentos, funerais, batismos e outros programas.

Tocar o “rei” dos instrumentos tem sido um desafio, mas também uma experiência jubilosa; os sons produzidos, porém, são tão bons quanto a pessoa que os cria – o(a) organista. Podem ser vibrantes e majestosos, ou suaves como um sussurro – tudo dependendo de se puxar os devidos registros.

O compressor proporciona um abastecimento contínuo de ar para os foles, que dão o som aos tubos. Às vezes, isso é afetado por uma mudança extrema de temperatura – os registros não respondem, o som falha ou as notas saem do tom. Há pouco tempo, numa noite quente, o fusível se queimou – um forte lembrete de quão inútil se torna esse grandioso instrumento sem a energia elétrica. Grandes como possam ser, todas as invenções humanas estão sujeitas ao fracasso. Felizmente, essas ocorrências não são comuns, e podem ser desculpadas quando se leva em consideração que este órgão foi construído em 1881. Com manutenção regular feita pelo técnico, ele continua a produzir música de louvor. O instrumento que toco é considerado um dos órgãos com mais belo som em Adelaide.

Todos os anos, a igreja apresenta um culto natalino à luz de velas, um evento especial com grande auditório. É emocionante ouvir o trompete e os tímpanos acompanhando o órgão, e as palavras são inadequadas para descrever a grandiosidade de um coral de 90 vozes que se coloca ao meu redor, no consolo do instrumento.

O hino de Charles Wesley, “Oh, como é bom louvar meu Deus!” me fez pensar em quão extraordinário será cantar com corais de anjos. No Céu, não haverá notas desarmoniosas ou fusíveis queimados – Deus não depende de eletricidade ou de técnicos. Tudo será harmonioso, com louvor e glória a Ele, que nos deu a voz.

Ao contrário do “rei” dos instrumentos, Deus nunca nos deixa na mão. Ele é poder e majestade; mas, ainda assim, como uma voz mansa e suave, reafirma-nos o Seu amor como Salvador e Rei dos reis, acima de todos.

Muito obrigada, Jesus, pelo dom da música. Que eu toque sempre de modo a trazer honra e glória ao Teu nome.

Lynn Welk-Sandy

Conte a Todo o Mundo!

 Exultarei com grande alegria por Teu amor, pois viste a minha aflição e conheceste a angústia da minha alma. Salmo 31:7, NVI                    








Tenho a tendência de ser fortemente influenciada por minhas emoções. Certas circunstâncias podem me causar noites de insônia e me deixar matutando durante horas. Foi numa dessas ocasiões que meu equilíbrio emocional estava muito baixo. Durante semanas, até coisas pequenas me preocupavam noite adentro e me causavam ataques de pânico. Sou cristã e conheço o “número da ligação de emergência”; eu o havia discado; mas, por algum motivo, a conexão não funcionava muito bem.

Ao mesmo tempo, nossa igreja estava realizando uma Semana de Oração. Até o simples pensamento de assistir todos os dias me causava problemas. Não; eu não iria lá todas as noites; naquele momento, eu simplesmene não podia! Quando anoiteceu e o relógio indicava que logo começaria a reunião de oração, uma voz interior insistiu para que eu fosse à igreja. Isso se repetiu todos os dias da semana. Assim, por meio do Espírito Santo, Deus me ofereceu uma renovada conexão que fora interrompida de minha parte.

Por fim, no sábado, o último dia da Semana de Oração, Deus me proporcionou uma experiência maravilhosa. À tarde, abri o livro devocional das mulheres, para encontrar forças e coragem a partir das muitas experiências relatadas. Eu já havia lido vários devocionais, quando um título me chamou especialmente a atenção: “Senhor, ensina-me a confiar em Ti.” Sim, confiar, era disso que eu precisava naquele momento, e decidi continuar lendo aquela meditação. Após as primeiras linhas, percebi que estava lendo algo que eu havia escrito – uma experiência que tivera anos antes e que na época me influenciara fortemente a fé. E agora podia tirar forças dali. Lembrei-me da íntima parceria com Deus e de como me apegara a Ele naquela situação particular, confiando em Suas promessas, que se cumpriram, assim como Ele havia dito.

Graças Te dou, querido Pai celestial, por haveres tomado minha mão outra vez, e me feito atravessar um rio profundo. Sempre sabes de que necessito! Também sou grata às mulheres que escrevem para o livro devocional, por partilharem suas experiências que têm ajudado, a mim e a outras, a superar nossos momentos de pessimismo.

Sim, conte a todo o mundo o que o Senhor tem feito por você!

Anita Eitzenberger

Memória Celular

                        
Até a terceira e quarta geração. Êxodo 20:5, NVI
Melissa passou saltitando pela cozinha, com o rabo-de-cavalo a balançar na parte traseira do seu boné. “Simplesmente amo o beisebol!” Pulinhos. Pulinhos. – Meus filhos vão gostar do jogo tanto quanto eu, certo?

– Não é garantido – respondi –, mas, se continuar praticando, você pode passar adiante um pouco de memória celular.

– Vou ter nove filhos; poderemos formar nossa própria equipe –

Ela parou abruptamente. – Memória celular?! – Isso provocou uma discussão acerca de pesquisas recentes, segundo as quais começamos a vida com duas células vivas que já contêm memória celular relacionada com o comportamento e os hábitos do pai e da mãe. Como exemplo pessoal, mencionei que minha mãe havia sido uma dançarina de sapateado e...

– Você nunca me contou isso! – interrompeu Melissa.

– Eu não sabia até pouco antes de ela morrer – respondi. – Era um segredo de família. – O corpo delgado de Melissa se curvou com a forma de um ponto de interrogação. – Desde as minhas lembranças mais antigas – continuei –, toda vez que eu via alguém dançar sapateado, cada célula do meu corpo queria movimentar-se com o ritmo. Não conseguia entender esse impulso; dançar era impensável na nossa família. – Fiz uma pausa, relembrando. Pouco antes do falecimento de minha mãe, ela respondera a um dos meus comentários, dizendo: “Bem, eu dançava sapateado, como você sabe.” Não; eu não sabia! “Na verdade, eu dançava pela casa como exercício, durante pelo menos sete meses da minha gestação, enquanto esperava você.”

– Com essa informação – expliquei a Melissa –, tudo fez sentido. Minhas células do cérebro e do corpo haviam guardado lembranças cinestésicas da dança de sapateado. Consequentemente, eu passava por impulsos inexplicáveis de fazer a mesma coisa.

Silêncio. Então, Melissa disse, devagar: – Puxa! É conveniente, nesse caso, escolher meus comportamentos com cuidado, para o bem dos meus filhos!

Bingo! Em voz alta, eu disse: – Boa decisão, garota. É melhor começar agora mesmo, já que você tem todos os óvulos de que vai precisar na vida, e eles estão armazenando memória celular com cada pensamento, palavra e ato seu. – Mas Melissa já se dirigia ao telefone, para perguntar à sua mãe o que ela costumava fazer durante a gravidez. Ri sozinha. Nove filhos. Ela seria bem capaz disso!

Arlene Taylor

Cuidado Divino


Em 1974, eu trabalhava num consórcio de mineração em Nova Lisboa, Angola, África; era responsável pelo laboratório de pesquisa. Numa tarde, minha amiga, diretora da escola primária localizada perto do palácio do governador, telefonou para me dizer que houvera um tiroteio perto da área da escola e que devíamos, sem pânico, ir buscar nossos filhos. Eu também precisava avisar algumas das minhas colegas que tinham filhos no jardim da infância, acerca do que estava ocorrendo. Tão calmamente quanto me foi possível, expliquei a situação a elas e lhes disse que fossem, uma de cada vez, com um intervalo entre uma e outra. Aguardei até ser a última.

Perto do palácio do governador, havia soldados atrás das colunas dos prédios que rodeavam a praça central. Notando que o estacionamento da escola estava lotado, estacionei fora da área da escola, perto da casa do presidente. Ao caminhar na direção da escola, passei junto ao carro do presidente e ouvi um zumbido estranho ao meu lado. Entrei num jardim próximo, no momento em que alguém gritava: “Maria, jogue-se no chão!”

Obedeci imediatamente. Deitada na grama, entre arbustos e flores, pude ver um grupo de jovens que também se protegiam. Por trás do portão da casa do presidente, vi alguns soldados com armas na mão. Então, soube que o zumbido que eu tinha ouvido viera das balas que voavam acima de nossa cabeça. Não sei por quanto tempo permaneci ali, antes de ouvir movimento e passos em minha direção. Eram os alunos do ensino médio e um dos seus professores, aproveitando a calma e voltando para casa.

Levantei-me, corri até o meu carro, fui ao estacionamento e peguei meus filhos. Pedi-lhes que se deitassem entre os bancos para que ninguém os visse, e voltei para casa, indo por um caminho mais longo e menos conhecido.

Embora a escola se localizasse entre as sedes dos dois grupos em conflito, Deus nos protegeu, bem como a cada criança, jovem, professor e funcionário que trabalhava na escola. Jamais me esquecerei de quão misericordioso foi o Senhor e como cuidou de nós naquela ocasião. Ele é fiel.

Maria Sales