terça-feira, 31 de janeiro de 2012


A História do Sutiã

Ele acaba de completar 100 anos de vida e já serviu para esconder, separar, juntar, aumentar e levantar os seios.


Símbolo de contestação feminina, seu surgimento coincide com um momento de liberação da mulher. Era início do século 20 e o estilista francês Paul Poiret colocou fim ao uso dos penosos espartilhos ao criar vestidos com cintura alta. A americana Mary Tucek, em 1907, percebeu que faltava algo para sustentar os seios e inventou uma peça com bojos separados, alças nos ombros e preso na parte de trás por colchetes. A invenção foi parar na revista Vogue com o nome de brassière. De lá para cá, cada vez mais tecnologias são aplicadas em sua produção e o sutiã continua sendo um ícone de sedução.

ANOS 20/30

O sutiã era feito com dois triângulos de crepe, jérsei ou cambraia, presos em um elástico que passava sobre os ombros e cruzava as costas. A sua função era achatar o busto. Em 1935, surge o primeiro modelo com bojos e pespontos circulares, pois nesse período o desejo feminino já era outro: ter seios empinados.

ANOS 40/50

O náilon deixou as peças mais leves, mas a vedete da época era o sutiã very secret, de 1952. Feito com duas almofadas de ar finas, fazia o efeito de seios globo, tão sonhado pelas mulheres. O símbolo de beleza era o corpo das pin-ups, como a atriz Marilyn Monroe. Outro modelo de sucesso foi o sutiã peito-de-pombo, cujo corte aproximava e levantava os seios.

ANOS 60/70

Surgem as alças elásticas e reguláveis e as adolescentes passam a ser o alvo dos fabricantes, que criam tipos mais simples e com estampas românticas. As lingeries começam a ser feitas com tecidos transparentes e rendas. Os bojos ganham uma costura no meio para aumentar a sustentação.

ANOS 80/90

O surgimento da Lycra revoluciona a produção das lingeries. Conforto vira a palavra de ordem. Misturado a tecidos naturais, como o algodão, o fio permitia o ajuste perfeito ao corpo. Os tecidos ficaram mais finos, como uma segunda pele, e os modelos sem costura são a novidade, assim como a lingerie esportiva. Madonna lança a moda do outwear. Assim, bodies, corpetes e sutiãs viram roupas de sair.

ANOS 2000

A modelagem fica mais sofisticada. Surge o push-up, que levanta e une os seios. Os bojos ganham bolhas estrategicamente situadas para aumentar e modelar os seios pequenos e médios. Surgem peças com recortes capazes de diminuir os peitos grandes e outras são feitas especialmente para as próteses de silicone. Além disso, os sutiãs se adaptam a cada tipo de decote graças às alças removíveis.


Carmen Miranda

Um pouco da história da artista que apresentou o Brasil para o mundo e se tornou referência de moda.

Carmen Miranda
Maria do Carmo Miranda da Cunha nasceu em Portugal (9/2/1909), veio ainda criança para o Brasil e, ao se instalar na cidade do Rio de Janeiro, no bairro da Lapa, logo ganhou um novo nome: Carmen, referência à ópera de Bizet, uma das paixões de seu pai. Com o passar do tempo,
o talento para a música começou a se manifestar e não demorou muito para que ela ficasse conhecida em todo o país.

“Carmen não era apenas uma intérprete. Ela fazia um espetáculo inteiro acontecer, além de ser muito autêntica. Tudo isso nos anos 1930 e 1940, em que a moda estava contida, mais séria”, afirma João Braga, professor de história da moda, da Faap.
Carmem Miranda

O que é que a baiana tem? 
A originalidade da artista ia além da sua voz e do seu jeito de cantar inconfundível. A baiana estilizada virou sua marca registrada, além de inspiração para os estilistas até os dias de hoje.

“Foi ela quem criou as plataformas, que podem ser vistas atualmente

Sandalias Carmen Miranda
entre as tendências de moda”, lembra Paulo Borges, diretor do SPFW, evento que homenageou a cantora em sua última edição.

Acessórios

Sandálias

Só dessas sandálias, ela tinha cerca de 500 pares, todos customizados e altíssimos.

Sapato Plataforma - Carmen Miranda

Turbante 

O turbante decorado também é outro acessório marcante da diva. Visionária, vaidosa e com pouco mais de 1,50 m de altura, ela fazia dos seus apetrechos aliados para ganhar alguns centímetros a mais e fazer o público grudar os olhos no palco.

Turbantes decorados - Carmem Miranda 

Pulseiras

As pulseiras grossas, finas, coloridas e metalizadas com os colares de bolas também eram essenciais para o figurino de Carmen, pois ajudavam a ampliar os seus movimentos ao dançar.


 

Carreira

Com bastante sucesso por aqui, ela ampliou sua carreira para o cinema e acabou sendo assediada por Hollywood, onde atuou em mais de uma dezena de filmes e se consagrou como estrela internacional. Nos Estados Unidos, ela também participou de grandes espetáculos musicais e, em 1940, fez uma apresentação para o presidente Franklin D. Roosevelt durante um banquete na Casa Branca. Foi também no exterior que a portuguesa mais brasileira de todos os tempos faleceu em agosto de 1955, aos 46 anos, vítima de um ataque cardíaco fulminante.


 
Sinônimo de brasilidade e referência de moda, a Pequena notável completaria 100 anos neste mês. “Ela conseguiu criar uma identidade brasileira ao misturar elementos sensuais, como o bustiê e os quadris marcados, com o exagero dos bordados e de seus gestos. A própria Carmen, inclusive, costurava suas peças”, afirma João Braga, historiador de moda. 

“O exagero do barroco está na essência do brasileiro e ela trazia isso em sua imagem. Foi ela quem criou uma identidade para o Brasil lá fora, de alegria e de descontração”, diz João.

Quem a artista inspirou?

A baiana estilizada de Carmen Miranda já serviu de inspiração para vários estilistas. No último São Paulo Fashion Week, ela foi o tema da edição, que trouxe uma exposição com objetos e figurinos da cantora. “Com o seu visual, ela fez o mundo reconhecer o Brasil como o país da alegria”, acredita Paulo Borges, diretor do evento.

Carmen Miranda na Passarela

A vida e a obra de Carmen Miranda


Museu Carmen Miranda

Localizado no Rio de Janeiro, o espaço possui cerca de 3 mil peças de acervo, em sua maioria pertences pessoais da artista, doados pela família. Traz também coleção de indumentária, com figurinos de filmes, bijuterias, sapatos, turbantes e outros balangandãs. Entre os destaques, está a saia usada em seu show de estréia na Broadway, o turbante do seu casamento e alguns trajes completos de shows.



Av. Rui Barbosa, s/n,Flamengo, tel. (21) 2334-4293
Horário de funcionamento
3ª a 6ª feira, das 11h às 17h
Sábado das 13h às 17h
Entrada franca
Fonte:manequim.abril.com.br




A história do Biquíni

Do modelo de algodão com estampa de jornal aos modernos trajes em tecidos inteligentes, conheça a evolução do biquíni

ANOS 40

O primeiro biquíni foi apresentado ao público parisiense em 26 de junho de 1946. A ousadia era tanta, que nenhuma modelo quis vestir a novidade. Sobrou para a stripper francesa Micheline Bernardini, que exibiu um modelo de algodão com estampa que imitava um jornal criado pelo francês Louis Réarde.

Anos 50

A aparição do biquíni foi considerada um escândalo e as mulheres da época se recusavam a usar. Na Europa, a Igreja Católica baniu o uso das duas peças em países como a Itália, a Espanha e Portugal. No Brasil, o biquíni só era usado por vedetes do teatro rebolado, como Elvira Pagã e Virgínia Lane até que em 1956, a atriz Brigitte Bardot exibiu um modelo xadrez de babadinhos no filme E Deus Criou a Mulher e ajudou a popularizar o traje.

Anos 60

A peça continuava taxada de indecente e chegou a ser proibida, em 1961, pelo presidente Jânio Quadros. No ano seguinte, Helô Pinheiro apareceu nas areias cariocas com um modelo comportado e sutiã estruturado e inspirou Tom Jobim e Vinícius de Moraes, que criaram a canção Garota de Ipanema. A bond girl Úrsula Andress no filme 007 contra o Satânico Dr. No e, novamente Brigitte Bardot, agora de férias em Búzios, transformam as duas peças ícone de moda. Foi também nessa década que surgiu o fio Lycra®, que possibilitou que os antigos biquínis confeccionados com tecidos pesados fossem substituídos por outros mais leves e de secagem mais rápida, ganhando ajuste perfeito.

Anos 70

Década de grandes polêmicas em Ipanema. A partir dos anos 70, o biquíni se tornou parte da história das praias cariocas, verdadeiras passarelas de lançamentos da moda praia para o mundo. Foi nesta época que a modelo Rose di Primo inventou a tanga e a atriz Leila Diniz foi à praia grávida de 7 meses usando um minúsculo biquíni. A imagem se tornou símbolo da liberação feminina.

Anos 80

Modelos provocantes entram na onda do culto ao corpo: fio-dental, asa-delta, enroladinho, adesivo e cortininha. Monique Evans era a musa das praias cariocas. Além do biquíni fio-dental, ela era fã do topless. As menos ousadas usavam sutiã cortininha e calcinha asa-delta.

Anos 90

No final do século XX, não bastava usar o biquíni. Ele precisava vir acompanhado por cangas, saídas de praia, chapéu, bolsas coloridas e chinelo. O lacinho para fora do short virou febre e o biquíni Made in Brazil faz sucesso no exterior. A tecnologia chegou para ficar. As inovações foram tantas que permitiram estampas de melhor qualidade, trabalhos de jacquard, transparências e até drapeados.

Anos 2000

Há mais inovações de materiais que de modelagens. Há modelos capazes de levantar os seios e o bumbum. Os tecidos tecnológicos secam rapidamente, impedem a proliferação de bactérias e protegem contra os raios ultravioletas. O último lançamento para o segmento é a tecnologia do LYCRA® Xtra Life, que dá uma maior longevidade ao fio e permite conservar as formas de biquínis, maiôs e sungas até 3 vezes mais que elastanos comuns. Destaque também para os acessórios, que misturam o rústico, como cordas e macramês, com pedras e brilhos sofisticados.
 Fonte: Manequim.abril.com