quarta-feira, 29 de junho de 2011

DICAS PARA A SALA DE AULA

 Segundo Sandra Rief (2001), especialista em Educação Especial e Recursos de Aprendizagem, algumas condições pré-existentes podem desencadear problemas para portadores de TDAH na sala de aula, estas condições podem ser:
            Físicas: fatores internos como fadiga, fome, desconforto físico etc.
            Meio ambiente: barulho, posição da carteira, localização da sala, etc.
            Atividade ou evento específico: alguma coisa frustrante, tediosa, inesperada, superestimulante.
            Tempo específico: hora do dia, dia da semana.
            Demonstração de habilidade ou necessidade de atuação: no comportamento nas relações sociais na produção acadêmica (expectativa de fazer algo difícil, desagradável ou que provoque ansiedade).
            Outras: interação negativa com alguém ser alvo de brincadeiras ou provocações etc.
            Com o objetivo de prevenir problemas na sala de aula, o professor deve procurar alterar essas condições pré-existentes. Algumas sugestões:
  • criar um ambiente “seguro”, reduzindo o medo e o stress.
  • Aumentar a estrutura.
  • Estabelecer uma rotina previsível (são difíceis de se adaptarem a novas situações).
  • Ajustar os fatores ambientais (temperatura, iluminação, móveis, estímulos visuais etc.).
  • As regras, limites e procedimentos a serem seguidos devem ser claramente definidos, ensinados e praticados.
  • O ensino do sucesso de todos.
  • Estrutura as lições de modo a permitir participação ativa e resposta interessada.
  • Proporcionar mais escolhas e opção a fim de provocar interesse e motivação.
  • Proporcionar mais tempo e mais espaço; se necessário, mudar o tempo e o espaço.
  • Proporcionar ritmo adequado.
  • A supervisão deve ser mais freqüente.
  • Aumentar as oportunidades de movimentação física.
  • Ensinar estratégias de auto-controle (relaxamento, visualização, respiração profunda, resolução de problemas, auto-monitoramento).
  • Utilizar as estratégias de “cantinho para pensar”, “tempo para se acalmar”, “pausa para descanso”, como medida preventiva.
  • Utilizar tática de redirecionamento e preparar para as transições.
  • Trabalhar as dificuldades acadêmicas, sociais e comportamentais.
  • Proporcionar acomodações e adaptações segundo a necessidade.
  • Proporcionar maior encorajamento e retorno positivo.
  • Aumentar o número de dicas e incentivos, especialmente os “toques” visuais e sinais não verbais.
Usar voz calma, bem como uma tranqüila linguagem corporal - requisitar, redirecionar e corrigir de maneira eficiente e respeitosa.
PERFIL ACADÊMICO COMUM
  Leitura:
 
  • Fluência média, identificação das palavras;
  • Compreensão desigual;
  • Perde-se na leitura freqüentemente;
  • Precisa ler oralmente, não consegue ler silenciosamente;
  • Esquece o que lê;
  • Tem baixo desempenho em trechos longos;
  • Desempenho médio em trechos curtos;
  • Evita ler.
  Linguagem escrita:    
  • Idéias criativas;
  • Problemas de planejamento e organização;
  • Não consegue começar;
  • Caligrafia imatura;
  • Fraco em ortografia;
  • Velocidade lenta;
  • Produção mínima.
  • Mecânica fraca (letra maiúscula/pontuação).
  Matemática:  
  • Altamente inconsistente;
  • Erros por desatenção;
  • Conceitos matemáticos médio/forte;
  • Execução lenta com lápis/papel;
  • Lembrança fraca de fatos.
  • Alinhamento numérico fraco.  
Habilidades de estudo/organizado:  
  • Perde coisas freqüentemente;
  • Fraco em anotações;
  • Esquece matérias e tarefas;
  • Fraco em priorizações e planejamentos;
  • Má administração de tempo;
  • Tarefas incompletas.
  • Precisa de esclarecimentos e lembretes freqüentes.  
TALVEZ NÓS PRECISAMOS MODIFICAR  
  • Materiais;
  • Métodos;
  • Ritmo;
  • Ambiente;
  • Tarefas;
  • Exigências de tarefas;
  • Notas;
  • Testes / Avaliação;
  • Feedback;
  • Reforço;
  • Entrada de idéias / Rendimento;
  • Nível de suporte;
  • Grau de participação;
  • Tempo distribuído;
  • Tamanho / Quantidade.  
SETE ELEMENTOS CHAVE PARA O SUCESSO  
1º Conseguindo e mantendo atenção:  
  • Uso de novidades e objetos;
  • Técnicas eficazes de questionamento;
  • Uso de organizadores gráficos;
  • Sinais auditivos;
  • Uso de retro-projetores (para uma melhor visualização);
  • Respostas escritas associadas com atividades auditivas.  
2º Administração na sala de aula:
  • Clareza na comunicação e expectativas;
  • Uso de monitores;
  • Regras e conseqüências expostas;
  • Uso de controle por proximidade;
  • Alunos repetem instruções;
  • Sinais, elogios e reforço para períodos de transição;
  • Revisão de regras e auto-monitor em situação de grupo.  
3º Aprendizado participativo e oportunidades de respostas:  
  • Aprendizado cooperativo:
- uso de parceiros;
- membros do grupo tem papéis determinados;
- responsabilidade e auto monitoria.
  • Resposta em grupo (quadro de giz).  
4º Organização e habilidades de estudo:  
  • Uso de programas e expectativas da escola;
  • Uso de cadernos e calendários de tarefa;
  • Tarefas esclarecidas e expostas;
  • Sistema de estudo entre parceiros (por tutor).  
5º Instrução multisensorial e acomodação para estilos de aprendizado:
  • Uso de melodia e ritmo;
  • Apresente instrução visualmente / auditivamente;
  • Fazer uso de computadores;
  • Ambiente físico adequado ao trabalho dos alunos;
  • Ofereça escolhas de onde trabalhar;
  • Áreas privativas e escritórios para estudo;
  • Áreas de sala formal / informal;
  • Uso de fones ante-ruídos e outros artifícios como, por exemplo, luz local e não luz difusa;
  • Intervalo para alongamento e exercícios.  
6º Modificação na produção escrita:
  • Testes orais e transcrição escrita;
  • Rubricar trabalhos / tarefas menores;
  • Habilidades de processador de textos e digitação;
  • Uso de opções de papel (ex.: computador ou folha milimetradas).  
7º Práticas de colaboração
  • Equipes de estudo (equipes de consulta);
  • Ênfase em parcerias com os pais;
  • Ensinar em equipe para facilitar a instrução e a disciplina;
  • Uso de monitores de idades diferentes;
  • Necessidade de tempo para planejamento e apoio administrativo.  
O QUE MANTER EM MENTE COM ALUNOS QUE SÃO UM DESAFIO  
  • Planeje uma resposta e evite “reagir”;
  • Elogie, encoraje gratifique o desenvolvimento da melhora;
  • Mude o que você pode controlar... Você mesmo (atitude, linguagem do corpo, voz, estratégia / técnicas, expectativas, foco);
  • Seja firme, justo e estável;
  • Permaneça calmo;
  • Evite bater de frente (medir forças).
ESTRATÉGIAS PARA ATRAIR A ATENÇÃO E PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS
  • faça uma pergunta interessante e especulativa, mostre uma figura, conte uma pequena estória ou leia um poema relacionado para gerar discussão e interesse para a próxima lição.
  • Tente um pouco de brincadeira ou tolice, drama (use objetos e estórias) para conseguir a atenção e estimular interesse.
  • Mistério. Traga um objeto relevante a lição em uma caixa, sacola ou fronha. Isto é uma maneira excelente de gerar especulação e pode levar a criança a ótimas discussões e atividades escritas.
  • Mostre animação e entusiasmo sobre a próxima lição.
  • Diminua o tempo que o professor fala. Faça o máximo de esforço para aumentar mais as respostas dos alunos (dizendo ou fazendo alguma coisa com a informação que está sendo ensinada).
  • O uso de parceiros (duplas) é talvez o método mais eficaz de maximizar o envolvimento do aluno. O formato, de parceiros assegura que todos estejam envolvidos ativamente não apenas alguns. “Vire-se para seu vizinho/parceiro e...” Os formatos de parceiros são ideais, para previsão, compartilhar idéias, esclarecer instrução, resumir informações / treinar / praticar (vocabulários, ortografia, operações matemáticas), compartilhar atividades escritas. Exemplos: “Junte-se a seu colega e dividam suas idéias sobre...”. Depois de dar um tempo para as duplas responderem, peça voluntários para compartilhar com a turma toda. “Quem gostaria partilhar o que você e seu parceiro pensam sobre...”
  • Formule as lições usando um ritmo animado e uma variedade de técnicas de questionamento que envolvam a classe toda, parceiros e respostas individuais.
  • Antes de pedir uma resposta oral, faça uma pergunta e peça que os alunos anotem primeiro o que eles acharem que seja correto. Depois peça que voluntários respondem oralmente.
  • Permita que os alunos usem quadro brancos individuais durante a lição, é motivador e ajuda a manter a atenção. Se usado corretamente, é também eficaz para checar a compreensão dos alunos e determinar quem precisa de reforço.
  • Varie a maneira que você chama o aluno. Por exemplo, “Todos que estão usando brinco, levantem-se esta pergunta é para vocês”. (Alunos deste grupo podem responder ou ter a opção de passar.
  • Utilize cartões de resposta já preparados para os alunos praticar áreas de conteúdo com uma ferramenta de uso individual. Estes cartões podem ser subdivididos em aproximadamente 3-5 categorias, com respostas escritas naquelas seções (ponto final, interrogação, exclamação). Quando o professor faz a pergunta (lê uma frase), o aluno coloca um pregador de roupa na resposta correta (neste exemplo qual a pontuação é necessária na fase lida); leques de respostas são outra opção (um leque é feito com vários cartões de resposta com um furo e segurado por uma argola).
Quando feito uma pergunta os alunos escolhem o cartão que melhor responde a pergunta.
  • Faça uso freqüente de respostas em grupo ou ao mesmo tempo quando há uma única resposta curta. Quando estiver explicando, pare com freqüência e peça aos alunos para voltar atrás e repetir uma ou duas palavras.
  • Use folhas de resumo que são resumos parciais enquanto você explica a lição ou dá uma palestra, os alunos preenchem as palavras que estão faltando baseado em o que você está dizendo ou escrevendo no quadro.
  • Uma técnica de instruções direta e outros métodos de questionamento que permitam oportunidade de grande participação (E.: respostas em unissario, resposta em dupla).
  • Use a estrutura apropriada para cooperação em grupos de aprendizagem (ex.: designação  de papéis, tempo limitado, responsabilidade). Não é apenas trabalho em grupo, alunos com TDAH (e muitos outros) não funcionam bem sem as estruturas e expectativas claramente definidas.
  • Sinalize alunos através da audição: toque de campainha ou sino, bata palmas, toque um acorde de piano / violão, use um sinal verbal.
  • Use sinais visuais: pisque as luzes, levante as mãos indicando que os alunos levantem as mãos e fechem a boca até que todos estiverem quietos e atentos.
  • Sinalize claramente: “todo mundo”... Pronto...”
  • Cor é muito efetivo para chamar atenção. Use pincéis coloridos no quadro branco e para transparência no retro-projetor.
  • Contato com os olhos. Os alunos devem estar virados para você quando você está falando, especialmente quando instruções estão sendo dadas. Se os alunos estiverem sentados em grupos, peça aqueles que não estão diretamente voltados para você que virem suas cadeiras e corpos quando sinalizados a fazer isso projete sua voz e certifique-se estar sendo ouvida claramente por todos. Esteja consciente de outros barulhos na sala de aula como ar condicionado e aquecedores barulhentos.
  • Chame o aluno para perto de você para explicação direta.
  • Posicione todos os alunos para que possam ver o quadro. Sempre permita que os alunos reposicionem suas carteiras e  suas carteiras e sinalizem para você se a visão estiver bloqueada.
  • Use recursos visuais. Escreva palavras chave ou figuras no quadro enquanto estiver explicando. Use figuras, diagramas, gestos, demonstrações e materiais de alto interesse.
  • Ilustre, ilustre, ilustre: não importa se você não desenha bem durante suas explicações. Dê a você mesmo e aos alunos permissão e encorajamento para desenhar, mesmo que não tenha talento. Desenhos não precisam ser sofisticados e exatos. Aliás, geralmente quanto mais tolo melhor.
  • Aponte para o material escrito que você quer enfocar com um apontador ou laser. Nota: retro projetores estão entre as melhores ferramentas para prender a atenção na sala de aula. No retro projetor o professor pode modelar facilmente e destacar informações importantes. Transparências podem ser preparadas com antecedência, poupando tempo. As transparências podem ser parcialmente cobertas, bloqueando qualquer estímulo visual que possa distrair.
  • Bloqueie material. Cubra ou retire do campo visual aquilo que você não quer que os alunos foquem, removendo as distrações do quadro ou tela.
  • Ande pela sala – mantendo sua visibilidade.
  • Esteja bem preparado e evite atrasos nas explicações.
  • Ensine tematicamente quando possível – permitindo integração de idéias / conceitos e conexões.
  • Use técnica de nível mais elevado para perguntas. Faça perguntas abertas, que requerem raciocínio e estimulam pensamentos abertos, que requerem raciocínio e estimulam pensamentos críticos e discussão.
  • Use programas de computador motivadores para construção de habilidades específicas e para fixação (programas que fornecem feedback e auto-correção).
ESTRATÉGIAS E SUPORTES PARA LIDAR COM PROBLEMAS SOCIAIS E EMOCIONAIS  
  • Tente variar a organização de assentos para proporcionar uma situação em que o aluno sinta-se confortável.
  • Dê ao aluno responsabilidade na sala de aula / escola.
  • Reduza o número de tarefa ou modifique para possibilitar um maior índice de sucesso nos alunos.
  • Tente identificar o que está causando estresse e frustração ao aluno.
  • Reduza tarefas com papel / lápis e permita outros meios de produção.
  • Amplie o tempo para completar a tarefa.
  • Use instruções curtas acompanhadas por demonstração ou exemplo visual.
  • Use um cronômetro para determinar o tempo a ser gasto em uma tarefa específica.
  • Forneça atividades que o aluno possa ter sucesso (academicamente e socialmente).
  • Envolva os alunos em atividades de monitoria com crianças menores.
  • Arranje mensagens para o aluno levar outras salas de aula ou para secretarias.
  • Descubra o interesse dos alunos e proporcione atividades que correspondam a esses interesses.
  • Tendem envolver os alunos em atividades extracurriculares.
  • Chame atenção para as potencialidades dos alunos e demonstre os talentos dele /dela, suas ilhas de competência.
  • Dê responsabilidades ao aluno de ser um assistente do professor, monitor, modelo, líder do grupo, etc.
  • Converse com professores, funcionários de apoio, orientadores, assistente sociais sobre esta criança.
  • Aumente a comunicação com os pais.
  • Aumente as oportunidades de encontrar com o aluno individualmente e estabelecer um relacionamento de apoio.
  • Dê a esta criança um monitor que possa lhe dar suporte e ser tolerante.
  • Ensine habilidades sociais apropriadas, estratégias de lidar com situações e resolver problemas.
  • Ensine habilidades sociais apropriadas, estratégias de lidar com situações.
  • Forme pares de alunos com monitores de séries mais avançadas ou um amigo especial, entre a equipe.
  • Aumente significativamente as interações positivas, freqüência de elogios e feedback.  
ENCORAJAMENTO E APRECIAÇÃO
  • Eu aprecio o esforço que você usou nesta tarefa.
  • Continue pensando nessas boas idéias.
  • Esse B+ reflete seu esforço. Você deve estar orgulhoso de si mesmo.
  • Marcos, eu percebi que você estava bem preparado para a aula de hoje. Realmente ajudou você ter arrumado sua carteira e em ordem o seu caderno.
  • Eu gosto da maneira que você lidou com aquele problema.
  • Você deve sentir-se bem em ver o progresso que você está fazendo. Seu esforço está sendo compensado.
  • É isso mesmo... continue praticando e logo você saberá tudo.
  • Aposto que você se dedicou muito nesta questão.
  • Eu percebi que os alunos da mesa 2 realmente se ajudaram e trabalharam como equipe. Meus parabéns.
  • Leane, você seguiu as instruções rapidamente. Eu aprecio sua cooperação.
  • Eu percebi que você realmente se dedicou a melhorar sua caligrafia. Posso ver uma melhora na sua letra.
  • Eu agradeço a maneira que você ajudou a Mariana com o que ela perdeu ontem por ter faltado a aula. Você realmente é um companheiro responsável.
  • Olha que melhora ! realmente mostra que você se dedicou com tempo e esforço.
  • Eu estou confiante que você fará uma boa escolha.
  • Você consegue fazer isto !
  • Você está  ficando melhor em...
  • Essa é difícil. Mas eu tenho certeza que você pode entender.
  • João, você está mostrando um grande auto-controle esta manhã. Você se lembrou de levantar a mão quando quer falar e está respeitando o espaço dos outros alunos.
Vanda Rambaldi
Psicóloga

O TDAH na Escola (Matando um leão a cada dia)

Segundo Russel A. Barkley as crianças com TDAH tem grandes dificuldades de ajustamento diante das demandas da escola.Um terço ou mais de todas as crianças portadoras de TDAH ficarão para trás na escola, no mínimo uma série, durante sua carreira escolar,e até 35% nunca completará o ensino médio. As notas e pontos acadêmicos conseguidos estão significativamente abaixo das notas e pontos de seus colegas de classe. Entre 40% a 50% dessas crianças acabarão por receber algum grau de serviços formais através de programas de educação especial, como salas com recursos, e até 10% poderá passar todo o seu dia escolar nesses programas. Complicando esse quadro, existe o fato de que mais da metade de todas as crianças com TDAH também apresentam sérios problemas de comportamento opositivo. Isto ajuda a explicar porque entre 15 a 25% dessas crianças serão suspensas ou até expulsas da escola devido a problemas de conduta.
            É de extrema importância que alunos com TDAH sejam motivados. Em nossa prática no dia a dia, orientando professores de crianças portadoras de TDAH, freqüentemente encontramos crianças com dificuldades seríssimas em termos de relacionamento, comportamento e também de aprendizagem, conseguirem uma melhora significativa quando mudam de professor. “A criança com TDAH tem que engolir o professor junto com a matéria”. Sua inconstância de atenção e naão déficit de atenção, fazem com que elas sejam capazes de uma hiper concentração quando houver motivação.
            Aí vem a grande dificuldade, professores, diretores, e toda uma equipe de apoio, sem o devido conhecimento sobre o TDAH, classes cheias de crianças com TDAH, com os professores sem saber o que fazer nem como lidar com elas, professores desmotivados,mal pagos, com seu 13º salário na Suíça, salas de aula super lotadas, vamos encontrar turmas e mais turmas de “alunos especiais”, que não conseguem nem ao menos serem alfabetizados, que inevitavelmente ao faltar estrutura familiar que possa funcionar como seus “freios inibitórios”, vão evoluir para evasão escolar, droga e delinqüência. Temos constantemente orientado as escolas para selecionarem (pelo menos de 1ª a 4ª série) professores que tenham perfil para lidarem com crianças portadoras de TDAH, que sejam democráticos, solícitos, amigos, compreensivos e empáticos e não desorganizados, hiperativos e impulsivos como ela. Crianças com TDAH não tem que estar em turmas separadas, elas não tem problemas cognitivos, aprendem muito bem quando tratados adequadamente por uma equipe interdisciplinar.
            Temos que aprender a lidar com estas crianças, conhecer suas limitações, respeita-la e com criatividade descobrir como ela aprende melhor, e uma boa maneira de se fazer isto é perguntando a ela. Como você acha que aprende melhor?
            A criança portadora de TDAH do tipo predominantemente desatenta, é uma criança dócil, fácil de lidar, porém com dificuldade de aprendizagem desde o início de sua vida escolar, lenta ao copiar do quadro, lenta para fazer o dever de casa, necessidade de acompanhamento dos pais ou orientadores a vida toda; isto contribuirá para que tenha uma baixa auto-estima, podendo futuramente desenvolver comorbidades como por exemplo: Ansiedade generalizada e depressão entre outros.
            A tendência de pais , professores e diretores de escola é entender o comportamento destas crianças como desobedientes e desinteressadas e insistirem a valorizar as melhores cabeças, valorizando no trabalho escolar apenas a transmissão do conhecimento e a produção do trabalho escrito, valorizando mais a quantidade em detrimento da qualidade.
            Em casa não é muito diferente, pais desesperados que já visitaram muitos médicos,psicólogos, neurologistas, fonoaudiólogos etc, a procura de um tratamento adequado, um caminho muitas vezes tortuoso e conflituoso, num processo que pode levar meses e até anos.
            Outro dado importante a ser considerado é que estudos apontam sobre a persistência do TDAH na adolescência e vida adulta.(Rohde, 1997; Nadeau,1996). Werder (1990) por meio de pesquisas mais sistemáticas e longitudinais, reconheceu o TDAH na vida adulta também. As pesquisas recentes indicam que cerca de 70% dos adolescentes que apresentavam o problema quando crianças mantém o diagnóstico aos 14 anos. E embora não se tenha dados exatos, sabe-se que parte destes 70% ainda apresentará o TDAH no final da adolescência e ainda manterá o diagnóstico na vida adulta.
            O que parece acontecer na vida adulta, entretanto, é uma diminuição dos sintomas da hiperatividade,permanecendo os sintomas de desatenção e impulsividade.
            É importante que o profissional de saúde mental possa apoiar o professor em sala de aula. É importante que professores tenham pelo menos uma noção básica sobre o tdah, sobre a manifestação dos sintomas, e as conseqüências em sala de aula. Saber diferenciar incapacidade de desobediência é fundamental.
            Segundo Sam Goldstein e Michael Goldestein a criança hiperativa na escola é como “encaixar um prego redondo em um buraco quadrado”.
            É uma grande dificuldade para a criança hiperativa quando ela entra no jardim de infância, e precisa agora aprender a lidar com as regras, a estrutura e os limites, e o seu temperamento simplesmente não se ajusta muito bem com as expectivas da escola.
            Para ir bem nas provas, uma criança precisa não apenas exibir as aptidões que estão sendo avaliadas, mas também possuir a capacidade de ouvir e seguir instruções, prestar atenção e persistir até que a prova seja completa. A criança deve também ser capaz de parar para pensar qual seria, entre as várias opções a melhor resposta possível. Entretanto, as crianças hiperativas são fracos nessas áreas de aptidões e, portanto, as notas obtidas nas provas de inteligência muitas vezes refletem mais a sua hiperatividade que seu potencial intelectual. Algumas crianças hiperativas são muito brilhantes. A maioria está dentro dos limites médios e algumas, infelizmente, ficam abaixo da média em suas aptidões intelectuais.
            Crianças hiperativas muito brilhantes freqüentemente conseguem ter uma boa atuação durante o curso elementar (1ªséries do 1º grau) e é possível que não sejam consideradas crianças com problemas. As maiores aptidões intelectuais da criança permitem que ela compense sua incapacidade de continuar numa tarefa. Ela pode não se dedicar durante muito tempo, mas o tempo gasto nas tarefas muitas vezes resulta num trabalho completo e freqüentemente correto. Pode parecer que esta criança não preste atenção, mas quando solicitada geralmente sabe a resposta. Lembre-se: Ser desatento não equivale ser incapaz  de aprender. As crianças hiperativas, quando sua atenção é focalizada, são capazes de aprender tão bem quanto as outras.
            Entretanto nos últimos anos do 1º grau mesmo os adolescentes hiperativos mais inteligentes não conseguem acompanhar consistentemente o crescimento das exigências e responsabilidades educacionais para ter sucesso. Freqüentemente é durante estes anos escolares que se reconhece que os adolescentes hiperativos inteligentes estão vivenciando este padrão de dificuldade de comportamento, o que interfere em seu desempenho escolar.
            Um fator crucial para o sucesso do seu filho na escola é o professor e a capacidade que este professor tem para controlar a classe com eficiência.
            Esteja seu filho recebendo ou não serviços de educação especial, acreditamos que você tem o direito de participar ativamente da seleção dos professores do seu filho. Apresentamos a seguir uma lista do que procurar no professor ideal e no ambiente de aula ideal para a criança hiperativa. Estas sugestões baseiam-se numa combinação de pesquisa científica, julgamento profissional e senso comum. Algumas destas questões podem ser abordadas em conversas diretas com os possíveis professores, outras, conversando- se com pais cujos filhos trabalharam com um determinado professor, outras ainda podem ser avaliadas  observado-se a sala de aula. Esta lista também serve para projetar uma sala de aula para uma criança hiperativa.
-         O professor sabe sobre hiperatividade em crianças e está disposto a reconhecer que este problema tem um impacto significativo sobre as crianças da classe.
-         O professor parece entender a diferença entre problemas resultantes de incompetência e problemas resultantes de desobediência.
-         O professor não emprega como primeira ação o reforço negativo ou a punição como meios para lidar com problemas e para motivar na sala de aula.
-         A sala de aula é organizada.
-         Existe um conjunto claro e consistente de regras na classe. Exige-se que todos alunos aprendam as regras.
-         As regras da sala de aula estão num cartaz colocado na sala para que todos vejam.
-         Existe uma rotina consistente e previsível na sala de aula.
-         O professor exige e segue estritamente as exigências específicas referentes a comportamento e produtividade.
-         O trabalho escolar fornecido é compatível com o nível de capacidade da criança.
-         O professor está mais interessado no processo ( compeensão de um conceito) que no produto (conclusão de 50 problemas de subtração).
-         A disposição da sala de aula é definida, com carteiras separadas colocadas em fileiras.
-         O professor distribui pequenas recompensas sociais e materiais relevantes e freqüentes.
-         O professor da classe é capaz de usar um programa modificado de custo resposta.
-         O professor emprega punições leves acompanhadas de instruções para retornar ao trabalho quando a criança hiperativa interrompe o trabalho dos outras.
-         O professor ignora o devaneio ou a desatenção em relação a lição que não perturbe as outras crianças e , então, uma atenção diferenciada quando ela volta ao trabalho.
-         A menor razão aluno para professor possível (preferencialmente, um professor para oito alunos.
-         O professor está disposto a alternar atividades de alto e baixo interesse durante todo o dia em lugar de fazer com que o aluno faça todo o trabalho de manhã com tarefas repetitivas uma após a outra.
-         O professor está disposto a oferecer supervisão adicional durante o período de transição entre aulas, intervalos e durante outras atividades longas como reuniões.
-         O professor é capaz de antecipar os problemas e fazer planejamentos de antemão para evitar problemas.
-         O professor está disposto a auxiliar a criança hiperativa a aprender, praticar e manter aptidões organizacionais.
-         O professor está disposto a aceitar a responsabilidade de verificar se a criança hiperativa aprende e usa um sistema eficaz  para manter-se em dia com o dever de casa, e conferir se ela quando sai do prédio da escola, todos os dias, leva esse dever para casa.
-         O professor aceita a responsabilidade de comunicar continuamente com os pais. Para alunos o curso elementar, um bilhete diário e enviado para casa. Para estudantes das últimas séries do 1º e 2º grau, usam-se notas de progresso semanal.
-         O professor fornece instruções curtas diretamente à criança hiperativa e em nível que ela possa entender.
-         O professor é capaz de manter um controle eficaz sobre toda a classe, bem como sobre a criança hiperativa.
-         Preferencialmente a classe é fechada (quatro paredes ) nunca em ambiente aberto.
-         O professor está disposto a desenvolver um sistema no qual as instruções são repetidas e oferecidas de várias maneiras.
-         O professor está disposto a oferecer pistas para ajudar a criança hiperativa a voltar para o trabalho e a evitar que ela fique super excitada.
-         O professor está disposto a permitir movimentos na sala de aula.
-         O professor prepara todos os alunos para mudanças na rotina.
-         O professor entende como e quando variar seu método.
-         O professor é capaz de fazer um rodízio e uma alternância de estímulos e reconhece que aquilo pode ser recompensador para um aluno, pode não ser para outro.
-         Todos os estudantes aprendem um modelo lógico de resolução de problemas para lidar com problemas na sala de aula e entre eles mesmos (por exemplo: parar, ver, ouvir).
-         Um sistema de treinamento em atenção ou auto monitoramento é usado em sala de aula.
-         O professor parece capaz de encontrar algo positivo, bom e valioso em toda criança. Este professor valoriza as crianças por aquilo que são, não por aquilo que conseguem produzir. 

Estilo de atuação dos professores

 
            Segundo Edylein Bellini Peroni Benczik, os professores são bem diferentes em seus estilos pessoais: 
1º O professor autoritário: intolerante e rígido, valoriza somente as necessidades acadêmicas do aluno, focalizando apenas a produção de tarefas, tornando-se impaciente com a criança a medida que esta não consegue corresponder às suas expectativas. 
2º O professor pessimista, desanimado e infeliz, com tendência a ter uma visão categórica de todo mal comportamento e das tarefas inacabadas como proposital e por desconsideração a ele, não conseguirá estabelecer um bom relacionamento com a criança. 
3º O professor hiper crítico, ameaçador e “nunca erra”- certamente ficará frustrado pela dificuldade  da criança com TDAH em fazer mudanças adequadas rapidamente. 
4º O professor do tipo impulsivo, temperamental e desorganizado- poderá ter também uma experiência difícil dada a similaridade de seu comportamento com aquele tipicamente apresentado pela criança com TDAH. 
5º O professor que parece mais se ajustar às necessidades dos alunos com TDAH é aquele que se mostra:
 •Democrático, solícito, compreensivo.
 •Otimista, amigo e empático.
 •Dar respostas consistentes e rápidas para o comportamento inadequado da criança, não manifestando raiva ou insultando o aluno.
 •Bem organizado e administra bem o tempo.
 •Flexível no manejo dos vários tipos de tarefa.
 •Objetivo e descobre meios de auxiliar o aluno a atingir as suas metas.
Vanda Rambaldi
Psicóloga

Autismo Infantil

Em 1943, o autismo foi conceituado pela primeira vez por Leo Kanner, como uma doença da linha das psicoses, caracterizada por isolamento extremo, alterações de linguagem representadas pela ausência de finalidade comunicativa, rituais do tipo obsessivo com tendência a mesmice e movimentos estereotipados. Nessa abordagem, a doença tinha suas origens em problemas das primeiras relações afetivas entre mãe e filho, que comprometiam o contato social, idéia extremamente difundida até meados dos anos 70. Hoje, essa doença é definida como um conjunto de sintomas de base orgânica, com implicações neurológicas e genéticas. Atualmente, o autismo é uma área de intenso interesse, em que diferentes estudos se estabelecem e promovem desde alterações conceituais até modificações terapêuticas de fundamental importância.

O que é autismo?
O autismo é descrito como uma síndrome comportamental com causas múltiplas, decorrente de um distúrbio de desenvolvimento. É caracterizado por déficit na interação social, ou seja, inabilidade para se relacionar com o outro, usualmente combinado com déficit de linguagem e alterações de comportamento. Os sinais e sintomas aparecem antes dos 3 anos de idade e, em cada 10.000 crianças, de quatro a cinco apresentam a doença, com predomínio em indivíduos do sexo masculino (3:1 ou 4:1).

Quais são as causas do autismo?
As causas do autismo são desconhecidas mas diversas doenças neurológicas e/ou genéticas foram descritas com sintomas do autismo. Problemas cromossômicos, gênicos, metabólicos e mesmo doenças transmitidas/adquiridas durante a gestação, durante ou após o parto, podem estar associados diretamente ao autismo. Entre 75 a 80% das crianças autistas apresentam algum grau de retardo mental, que pode estar relacionado aos mais diversos fatores biológicos. Portanto, a evidência de que o autismo tem suas causas em fatores biológicos é indiscutível, fazendo-nos reconsiderar a idéia inicial de ligarmos o quadro de autismo a alterações nas primeiras relações mãe-filho.

Quais são as doenças relacionadas ao autismo?
Podemos listar uma série grande de doenças das mais diferentes ordens envolvidas nos quadros autísticos:
  • Infecções pré-natais - rubéola congênita, sífilis congênita, toxoplasmose, citomegaloviroses;
  • Hipóxia neo-natal (deficiência de oxigênio no cérebro durante o parto);
  • Infecções pós-natais - herpes simplex;
  • Déficits sensoriais - dificuldade visual (degeneração de retina) ou diminuição da audição (hipoacusia) intensa;
  • Espasmos infantis - Síndrome de West;
  • Doenças degenerativas - Doença de Tay-Sachs;
  • Doenças gênicas - fenilcetonúria, esclerose tuberosa, neurofibromatose, Síndromes de Cornélia De Lange, Willians, Moebius, Mucopolissacaridoses, Zunich;
  • Alterações cromossômicas - Síndrome de Down ou Síndrome do X frágil (a mais importante das doenças genéticas associadas ao autismo), bem como alterações estruturais expressas por deleções, translocações, cromossomas em anel e outras;
  • Intoxicações diversas.
Quais são os sinais e sintomas do autismo?
A criança autista prefere o isolamento. O autismo é caracterizado por diversos distúrbios:
  • de percepção, como por exemplo dificuldades para entender o que ouve;
  • de desenvolvimento, principalmente nas esferas motoras, da linguagem e social;
  • de relacionamento social, expresso principalmente através do olhar, da ausência do sorriso social, do movimento antecipatório e do contato físico;
  • de fala e de linguagem que variam do mutismo total: à inversão pronominal (utilização do você para referir-se a si próprio), repetição involuntária de palavras ou frases que ouviu (ecocalia); e
  • movimento caracterizado por maneirismos e movimentos estereotipados.
Existe tratamento para o autismo?
Hoje, o tratamento do autismo não se prende a uma única terapêutica. O uso de medicamentos, que antes desempenhava um papel de fundamental importância no tratamento (devido à crença da relação do autismo com os quadros psicóticos do adulto), passa a ter a função de apenas aliviar os sintomas do autista para que outras abordagens, como a reabilitação e a educação especial, possam ser adotadas e tenham resultados eficazes.

Quais são os medicamentos utilizados no tratamento do autismo?
As principais drogas que podem ser utilizadas no tratamento são:
  • Os neurolépticos, utilizados para reduzir os sintomas do austismo. Têm uma resposta geral boa e conseqüente melhoria do aprendizado, embora possa apresentar efeitos colaterais como sedação excessiva, reações distônicas (rigidez mulcular), discinesia (alteração do movimento muscular) e efeitos parkinsonianos (tremor);
  • As anfetaminas, utilizadas na tentativa de diminuir a hiperatividade e melhorar a atenção, mas têm como efeitos colaterais o aparecimento de excitação motora, a irritabilidade e a diminuição do apetite;
  • Os Anti-opióides, utilizados no tratamento de dependência a drogas, têm sua ação principalmente em quadros de auto-agressividade. Provoca tranquilização, diminuição da hiperatividade, da impulsividade, da repetição persistente de atos, palavras ou frases sem sentido (estereotipias) e da agressividade, causando como efeito colateral a hipoatividade.
A utilização de complexos vitamínicos como a Vitamina B6 associada ao Aspartato de Magnésio, bem como o uso de Ácido Fólico, embora descritos por diversos autores, apresenta aspectos e resultados conflitantes.

Em que consiste a reabilitação da criança autista?
A propostas de reabilitação substituem os modelos psicoterápicos de base analítica das décadas de 50 e 60, quando a doença era considerada uma conseqüência de distúrbio afetivo. Esses modelos de reabilitação podem então ser caracterizados como: ·
  • Modificação de comportamento;
  • Terapia de "Holding";
  • Aproximação direta do paciente;
  • Comunicação facilitada; ·
  • Técnicas de integração sensorial; e
  • Treino auditivo.

Como é a educação especial para o autista?
Dentre os modelos educacionais para o autista, o mais importante, neste momento, é o método TEACCH, desenvolvido pela Universidade da Carolina do Norte e que tem como postulados básicos de sua filosofia:
  • a) propiciar o desenvolvimento adequado e compatível com as potencialidades e a faixa etária do paciente;
  • b) funcionalidade (aquisição de habilidades que tenham função prática);
  • c) independência (desenvolvimento de capacidades que permitam maior autonomia possível);
  • d) integração de prioridades entre família e programa, ou seja, objetivos a serem alcançados devem ser únicos e a estratégias adotadas devem ser uniformes.
Dentro desse modelo, é estabelecido um plano terapêutico individual, onde é definida uma programação diária para a criança autista. O aprendizado parte de objetos concretos e passa gradativamente para modelos representacionais e simbólicos, de acordo com as possibilidades do paciente.

Referências Bibliográficas
Schwartzman, J. S.; Assumpção Jr. F.B. - Autismo Infantil. Mennon Eds.; São Paulo, 1995.
Assumpção Jr. F.B. - Transtornos Invasivos do Desenvolvimento Infantil. Lemos Ed., São Paulo; 1997.
Gauderer, C. - Autismo, década de 80. Sarvier, São Paulo; 1985.
Ritvo, E.E. - Autism: diagnosis, current research and management. Spectrum Pub. Inc., 1976.
Kanner, L. - Childhood Psychosis. John Wiley & Sons, New York, 1973.
Peeters, T. - L`autisme: de la commpréhension à l´intervention. Dunod, Paris, 1996.
Barthelemy, C.; Hameury, L.; Lelord, G. - L`autisme de l`enfant. Expansion Scientifique Française, Paris, 1995.
Volkmar, F.R. - Psychoses and Pervasive Developmental Disorders in Dhildhood and Adolescence; Amerin Psychiatric Hess Inc., Washington, 1996.

Educação inclusiva

A educação inclusiva é um processo em que se amplia a participação de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade de alunos. É uma abordagem humanística, democrática, que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos.
A Educação Inclusiva atenta a diversidade inerente à espécie humana, busca perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-alunos, em salas de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos. Prática pedagógica coletiva, multifacetada, dinâmica e flexível requer mudanças significativas na estrutura e no funcionamento das escolas, na formação humana dos professores e nas relações família-escola. Com força transformadora, a educação inclusiva aponta para uma sociedade inclusiva.

ACARAJÉ

(1) Deixe de molho de um dia para o outro em bastante água:
2 xícaras cheias de feijão marcassa (ou fradinho)
1 colher de chá de sal
1 dente de alho socado

(2) Escorra bem o feijão guardardo a água para uso futuro.

Embrulhe o feijão num pano de prato e esfregue vigorosamente para remover as peles.
Cate bem e retire todas as peles.

(3) Coloque metade do feijão no copo do liquidificador e junte:
1 xicara do líquido reservado
2 dentes de alho picados
1 1/2 colher de chá de sal
1 colher de chá de molho forte de pimenta
(opcional) 1/2 colher de chá de pimenta do reino (black pepper)
1 colher de chá de pó Royal (baking powder)
Bata bem o feijão ate formar uma massa homogenea. Repita este passo com o restante do feijão juntando uma xicara do liquido reservado mas omitindo os temperos. Misture as duas partes da massa e ponha de lado para descansar pelo menos meia hora.

(4) Bata um pouco a massa.

Va colocando as colheradas da massa em:
Bastanteóleo fervendo onde se juntou 2 colheres de sopa de azeite de dende.
Retire os bolinhos com a escumadeira quando estiverem fritos e dourados.
Deixe escorrer em papel absorvente e mantenha-os quentes no forno.
Para servir os bolinhos parta cada um ao meio sem separar as partes.
Coloque molho forte de pimenta dentro e camaroes cozidos (ou vatapa--na Bahia).

NOTA: O feijão marcassa (ou fradinho) ja aberto e quebrado pode ser encontrado no Mercado São Joaquim de Salvador. Isto facilita enormemente o preparo dos acarajes pois as peles ja vem meio soltas.
PS: O truque do acaraje é ficar sempre batendo a massa enquanto os outros estão fritando (a massa comeca a ficar águada quando estacionada).