sábado, 1 de outubro de 2011

Barra do Rocha participou do VII Seminário de Educação Inclusiva

 

 O município de Barra do Rocha participou do VII Seminário do Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, realizado no auditório do Centro Municipal de Atendimento Especializado (Cemae), entre 12 e 16 de setembro na cidade de Vitoria da Conquista. Na edição 2011, o evento trouxe como tema “Ressignificando práticas pedagógicas com o 'aluno especial'”. As representantes do município foram Iracema Oliveira e Edilene Rocha, sendo respectivamente Diretora e Professora da Escola de Recursos Multifuncionais, que agora terão o papel de socializar todo conhecimento em prol do serviço de atendimento educacional especializado. 
Representantes de Barra do Rocha: Iracema Oliveira e Edilene Rocha

O Programa “Educação Inclusiva: Direito à Diversidade” desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC) já beneficia milhares de municípios em todo Brasil; e Vitória da Conquista como município-polo atua em uma região que envolve 53 municípios do entorno. Assim, a iniciativa teve como objetivo oferecer a profissionais desses outros municípios a formação necessária para que eles atuem como multiplicadores em suas determinadas cidades, pondo em prática a política de educação inclusiva estabelecida pelo MEC. Para chegar a esse objetivo, o seminário disponibiliza conferências, oficinas, mesas redondas e relatos de experiência. 

Segundo informações da Assessoria de Comunicacao da Prefeitura de V. Conquistas, cerca de 250 pessoas participaram do Evento, entre professores, Secretários Municipais de Educação e representantes das entidades que participam do seminário como convidados. Diversas entidades que atuam na área marcaram presença: Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), a Associação Conquistense de Integração do Deficiente (Acide), Lyons, Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II) e Centro de Referência de Atenção e Apoio à Vida Dr. David Capistrano (CAAV).  


Saiba identificar e combater o bullying nas escolas

"Na sala de aula, jogavam bolinha de papel na minha cabeça, não me deixavam participar de nenhum grupo, me imitavam, pois eu gaguejava quando criança. Era sempre um grupo de meninos que fazia isso. A cena que me magoa até hoje lembrar foi quando dois meninos acharam um pedaço de fio de cobre atrás da escola e me bateram com ele", o depoimento é de Lídia Eliane Canuto de Souza, 30 anos, residente de Ribeirão Pires, interior de São Paulo. 

O que aconteceu no passado com ela e que permanece no cotidiano de diversas crianças e adolescentes em escolas do mundo todo é a prática denominada "Bullying". O termo de origem inglesa é, por definição, qualquer tipo de comportamento agressivo praticado intencionalmente por uma pessoa ou grupo de forma repetida contra alguém, sem motivação específica ou justificável, causando danos psicológicos, dor emocional e física (se a agressão envolver contato físico).  

bullying - foto Getty Images
Segundo a ONG "Learn Without Fear" (Aprender Sem Medo), 350 milhões de crianças e jovens são vítimas de bullying anualmente em todo o mundo. O pediatra e um dos autores do livro "Diga não para o Bullying", Aramis Lopes Neto, aponta que atitudes violentas dentro da escola geram muita preocupação, pois interferem na formação do indivíduo e deixam sequelas, principalmente para as vítimas. No caso de Lídia, ela diz que o bullying contribuiu para diminuir sua autoestima e fazer com que tenha dificuldade em confiar nas pessoas e de se relacionar. 

O bullying não pode ser encarado como uma brincadeira ou provocação natural entre crianças e adolescentes e merece atenção para ser prevenido e combatido. Conheça agora esse fenômeno social, suas causas, consequências e quais são as medidas necessárias para diminuir a incidência desse tipo de comportamento. 

As vítimas apresentam sinais de depressão, ansiedade e baixo rendimento escolar
Tipos de bullying 

Há várias formas de manifestar o bullying. A prática pode ocorrer da forma direta, quando a agressão é feita contra o seu alvo por meio de apelidos, exclusão do grupo, agressão moral ou física. O bullying pode ser também indireto, envolvendo furtos, fofocas e até mesmo, o cyberbullying, aquele que usa a internet, celular e outros meios do mundo digital para divulgar as ofensas - sites caluniando as vítimas, vídeos disseminados com situações embaraçosas e fofocas circulam pela rede numa velocidade impressionante. Segundo uma pesquisa recente feita pela Universidade de Valência, na Espanha, entre 25 % e 29 % dos adolescentes sofrem bullying via telefone celular ou internet. 

Além disso, as provocações podem começar presencialmente e evoluir para o ambiente virtual, como conta a professora do Ensino Fundamental da Rede Municipal do Rio de Janeiro, Cristiane Mesquita. "Uma aluna nossa recebia ameaças e xingamentos, que eram divulgados na porta do banheiro da escola. Depois, isso se repetiu numa rede social na internet. A mãe, completamente assustada, foi à escola e nós a orientamos a procurar a justiça. A direção convocou o responsável pela agressora, que pediu desculpas à garota. Só então a mãe desistiu de denunciar", relembra. 

bullying - foto Getty Images
Em geral, o modo de manifestar o bullying varia entre os meninos e as meninas. Entre eles, ocorrem mais agressões físicas e exclusões do grupo, na hora de jogar bola ou no recreio, por exemplo. Enquanto entre elas, a prática envolve fofocas, difamações e dominação, sem no entanto, excluí-las do grupo. 

Consequências duradouras 
Os estragos das agressões ilimitadas são visíveis tanto na vida pessoal dos agredidos como na escolar. De acordo com um estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, publicado pela American Psychological Association, a vítima típica de bullying sofre de depressão e ansiedade com maior frequência. Dentre as vítimas é comum a ocorrência de baixa autoestima, pensamentos suicidas e dificuldade de se relacionar amorosamente e profissionalmente. Já os agressores, levam a agressividade para a idade adulta em casa e/ou no trabalho, não conseguem estabelecer relações longas e nem regularidade no trabalho. 
O lema "passou de ano está bom" só serve para pais omissos. Os pais devem estar atentos se o seu filho tem amigos, se conhece pessoas que sofrem alguma agressão ou se ele mesmo é intimidado na escola
Carlos Eduardo de Camargos, 30 anos, morador de Ceilândia no Distrito Federal, amarga até hoje as consequências de ter sido uma vítima de bullying. Por causa disso, ele adquiriu fobia social, depressão, temperamento explosivo e distimia. "Ainda tenho dificuldades em confiar nas pessoas, falta de coragem de encará-las e medo de enfrentar os erros", diz Carlos. 

Reconheça um agressor 
Os agressores costumam ser figuras populares na escola, são agressivos com os colegas, professores, pais e, normalmente, trazem consigo um grupo de seguidores. "Eles precisam dessas pessoas que os apóiam e se submetem a eles e, dessa forma, a responsabilidade pela agressão é dividida", ressalta Aramis Neto. Ao contrário dos agressores, as vítimas, geralmente, têm (ou desenvolvem) baixa autoestima, se isolam do grupo e têm poucos amigos. As vítimas também apresentam algumas características físicas que as tornam alvos, como por exemplo: magreza, excesso de peso, timidez, ou outra característica acentuada. "Além disso, as vítimas apresentam sinais de depressão, ansiedade e baixo rendimento escolar", explica o pediatra. 
bullying - foto Getty Images
O especialista acrescenta que, em casa, eles se isolam no quarto, demonstram irritabilidade com os pais, pois não se sentem apoiados, choram com frequência e, geralmente, inventam desculpas para faltar aulas e não ficar no ambiente em que estão sofrendo. 

Vítima ou agressora? 
Algumas características sinalizam se alguém pode ser um provável alvo de bullying. É importante observar as crianças muito infantilizadas ou muito protegidas, que não conseguem se impor ou serem ouvidas dentro do grupo, ou aquelas que ouvem frequentemente frases desestimulantes no ambiente familiar como "você só me traz problemas", adverte o Aramis.Já os agressores vieram de uma família que usa a violência como forma de autoridade, com pais ou mães que não expressam amor ou afeto pelos filhos ou que cresceram em lares em que todos os comportamentos eram aceitos. "Eles não sabem ouvir, principalmente, a palavra não", avisa o especialista. 
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Como tratar as sequelas

Tanto as vítimas como os agressores de bullying precisam de ajuda psicológica. De acordo com a psicóloga Rita Romaro, o primeiro passo é conseguir identificar o que está acontecendo e qual foi a gravidade da ofensa ou agressão. 

Para as pessoas que sofrem o bullying, a psicóloga recomenda até a mudança de escola, quando o caso é muito grave, além da terapia. "Mesmo que o bullying pare, a criança continua sendo discriminada na escola. Para ela não adquirir aversão ao ambiente escolar, o melhor mesmo é a mudança", ressalta Rita. 

Para crianças menores, a terapia pode ser na forma de "ludoterapia", que envolve brinquedos e conversa. Esse trabalho é eficaz, melhora a autoestima da vítima e a criança aprende a lidar melhor com suas emoções. 

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Já no caso dos agressores, o mais importante é identificar o que está por trás da agressão: se ele sente prazer na dor do outro ou se ele apenas repete o que ele vivencia ou vê em sua própria casa. É possível que os praticantes de bullying tenham um possível transtorno de conduta e que, mesmo com a terapia, não tenham resultados tão bons quanto os das vítimas. "A importância desse método, nesse caso, é que a família pode ser ajudada e pode aprender como lidar com essa criança", explica a especialista. Ela recomenda terapia familiar em alguns casos. 

A criança que apresenta algum transtorno de conduta costuma fazer o outro sofrer e sente prazer nisso, mentir e inventar histórias, não respeita autoridades, gosta de colocar fogo em objetos, se meter em brigas e machucar animais, entre outras ações. 

A psicóloga Rita Romaro explica que o mais importante é saber qual é a extensão do bullying que a criança pratica e identificar se ela realmente tem o transtorno para poder alertar a família sobre como lidar e não se deixar manipular pela criança. 

bullying - foto Getty Images

Qual a função da escola e da família no combate ao bullying?

A escola deve adequar o ambiente escolar para reduzir o bullying e valorizar a diversidade. Medidas para esclarecer o que é o bullying também devem ser realizadas. E é fundamental que a escola aja como um facilitador entre pais e alunos para encaminhar, orienta e resolver a questão. Um dos fatores que agrava ainda mais o problema é a omissão de professores e dos profissionais do ambiente estudantil. 

A professora do Rio de Janeiro, Cristiane Mesquita, conta o que faz para diminuir as agressões em sala de aula: "É essencial que o professor tenha consciência de que o bullying maltrata e baixa a autoestima da criança. Sempre que presencio em minha turma, eu converso seriamente com todos e leio uma lei que criminaliza quem pratica o bullying".  

bullying - foto Getty Images
A lei N.º 5.089, do estado do Rio de Janeiro, obriga os professores e funcionários de escolas públicas e particulares do Rio de Janeiro a denunciarem casos de violência contra crianças e adolescentes, inclusive o bullying, a delegacias e conselhos tutelares. As instituições que não cumprirem a norma podem pagar multas de 3 a 20 salários mínimos. 

Para o pediatra Aramis, algumas das principais medidas a serem tomadas nas escolas incluem: 1-Admitir que o bullying existe em todas as escolas. 2-Praticar ações que podem reduzir a incidência das agressões com mobilização de toda a comunidade escolar: professores, coordenadores, pais e alunos. 3- Promover o trabalho de compromisso para a redução do bullying saindo da premissa: "Essa escola não vai mais tolerar o bullying". 4-Cada turma ou série construindo sua forma de conviver contra o bullying, admitindo o que é aceitável e o que não é. 5-Trabalhar a amizade, solidariedade, não-violência e amor com atividades em grupo.

O papel da família 

Já a família deve valorizar o diálogo. Não se avalia pelo boletim se a criança sofre bullying. O lema "passou de ano está bom" só serve para pais omissos. 

Os pais devem estar atentos se o seu filho tem amigos, se conhece pessoas que sofrem alguma agressão ou se ele mesmo é intimidado na escola. A função da família é permitir que o filho exponha seu sofrimento. 

Por que a criança tem medo de falar com os pais?
 Principalmente porque tem medo de se expor e acha que os pais não vão valorizar os seus sentimentos. "No caso dos agressores, a família deve saber corrigi-los para que eles não continuem com as agressões na escola, mas não pelo medo de serem castigados, e sim, pelo tradicional método do diálogo aberto e da educação familiar, que é indispensável a qualquer indivíduo que vive coletivamente e de forma respeitosa", ressalta a psicóloga Rita Romaro. O bullying deve ser levado a sério por toda a comunidade escolar e familiar. Aos pais, cabe decidir qual a melhor escola para os seus filhos - muitas vezes, a escola que oferece a melhor educação formal não possui o ambiente mais saudável.  

Saiba identificar e tratar a dislexia em crianças

dislexia - Foto Getty Images
De acordo a Associação Nacional de Dislexia (AND), pesquisas mostram que de 5% a 17% da população mundial apresenta dislexia, que é um distúrbio ou transtorno de aprendizado na área de leitura, escrita e soletração. Apesar de ser o distúrbio de maior incidência nas salas de aula, um estudo apresentado na Associação Britânica de Dislexia afirma que cerca de 70% dos profissionais das áreas de saúde e educação têm pouco conhecimento sobre ele. 

Muitas vezes, os pais também não conseguem identificar a dificuldade. Pensando nisso, conversamos com profissionais especializados no assunto, que explicaram como identificar a dislexia e como pais e professores podem agir para ajudar a criança. 

Como identificar? 
Por se tratar de um transtorno de linguagem, a dislexia só se manifesta no final da alfabetização e nos primeiros anos escolares (1ª e 2ª ano). A criança começa a apresentar dificuldades inesperadas de aprendizagem de leitura, apesar de ter outras habilidades. 

A fonoaudióloga e psicopedagoga da Associação Nacional de Dislexia Clélia Estill afirma que o principal indicador escolar é a criança não ler com a mesma desenvoltura dos colegas e a escrita apresentar muitas falhas e trocas de letras. "As resistências aos trabalhos de leitura e escrita vão se evidenciando cada vez mais, substituindo o entusiasmo inicial, como consequência das frustrações que ela começa a vivenciar, e não por preguiça ou desinteresse", ressalta Clélia. 

Porém, de acordo com Clélia, é fundamental lembrar que nem todas as dificuldades de aprendizagem são da ordem da dislexia. Por isso, o diagnóstico precoce é necessário, seja ele de dislexia ou de outro distúrbio de aprendizado.  

Quanto mais tarde é feito o diagnóstico, mais a criança fica com a autoestima baixa, podendo ser excluída pelos amigos
Feito o diagnóstico, é importante que o professor se junte ao profissional que tratará a criança e, dessa forma, combine uma maneira de aprendizado diferente. A psicoterapeuta de crianças e adolescentes Mirian Barros conta que não é só o psicólogo quem faz o diagnóstico, e sim o conjunto professor, pais, fonoaudiólogo, psicopedagogo etc. 

Quanto mais tarde é feito o diagnóstico, mais a criança fica com a autoestima baixa, podendo ser excluída pelos grupos de amigos, e isso vai acarretando em diversos problemas. Estudos mostram, inclusive, que as taxas de suicídio infantil estão relacionadas à escola e, principalmente, à dislexia, por conta do bullying. Às vezes, até o professor pode influenciar a baixa autoestima, uma vez que não consegue identificar o problema. 

dislexia - Foto Getty Images

O papel do professor 
Quanto mais são destacadas as habilidades positivas do disléxico, mais é fortalecida a sua autoestima. O professor não deve chamar a atenção para as a dificuldades da criança, e sim para os seus sucessos. 

Clélia conta que o ideal é que crianças com qualquer tipo de necessidade especial sejam incluídas naturalmente nas atividades do grupo, não perdendo de vista as suas dificuldades específicas. "Contando com bom senso pedagógico, sensibilidade e formação do professor, ele saberá distribuir as tarefas de acordo com as possibilidades de cada um", diz a especialista. 

Provas e trabalhos escolares
 Feito o diagnóstico de dislexia e identificado o seu grau (leve, médio ou severo), é preciso entender que a criança pode necessitar de mais tempo para execução dos trabalhos. É importante que o professor leia as questões em voz alta para toda a sala e, depois, revise essa leitura individualmente com o disléxico, atendendo a dúvidas que ele possa ter na compreensão dos enunciados, como afirma Clélia. Também pode ser permitido ao aluno responder oralmente as questões, uma vez que ele saiba o conteúdo das respostas, mas tenha dificuldade em redigi-las. Outros métodos podem ser utilizados na realização das provas e trabalhos em classe, dependendo das dificuldades e habilidades da criança.

dislexia - Foto Getty Images

Pais e alunos: como lidar com o preconceito 
Para que haja uma boa convivência dentro da sala de aula, é de extrema importância que o professor não individualize o disléxico, mas, sim, cuide para inseri-lo no grupo. Ele deve explicar à classe a noção de diferença: "Se as crianças da escola estiverem acostumadas a perceber que essas diferenças existem e que alguns precisam de mais atenção do que outros, os alunos não sofrem", diz a psicoterapeuta Miriam. 

O professor deve explicar para a classe o que é dislexia, contar que pessoas famosas e bem sucedidas foram e são disléxicas - como Albert Einstein e Bill Gates - e conversar com os alunos sobre as diferentes condições de aprendizagem que existem. Clélia diz que o educador não deve nunca apelar para a piedade, e sim para o conhecimento e entendimento. "Isso é educar!", afirma. E essa ação acontece em conjunto com os pais, tanto do disléxico quanto dos colegas, que devem reforçar esse aprendizado. 

O papel dos pais é essencial para a plena formação da criança.
A psicopedagoga Clélia alerta que, na maioria das vezes, o preconceito chega através dos pais, que sentem o seu filho injustiçado pelo fato de receber um tratamento diferente. "Nesses casos, é sempre interessante realizar uma reunião de pais para discutir o tema, explicando que cada um tem uma necessidade especial que deve ser atendida", aconselha a profissional. 

Os pais da criança com dislexia devem entender que o que eles consideram um tratamento diferente, no sentido de "facilitar" para a criança, na verdade é atender às suas necessidades. "É igual a uma família de muitos filhos, na qual cada um é atendido de acordo com o que precisa", diz Clélia. 


dislexia - Foto Getty Images

O que os pais podem (e devem!) fazer 
O papel dos pais é essencial para a plena formação da criança. "Eles devem incentivar cada sucesso que ela tiver, tendo sempre muita paciência, lendo e se informando sobre o assunto", diz Miriam. Ela conta que, na medida em que os pais se informam, eles encaram o distúrbio de outra forma. "Os pais devem conhecer a doença e entender que isso não é um bicho de sete cabeças", afirma a psicoterapeuta.

Dificuldades de leitura e escrita se desenvolvem através da ação de ler e escrever, conta a fonoaudióloga Clélia, que recomenda auxiliar a leitura dos filhos. Mas é preciso levar em conta, no entanto, a diferença entre ler para os filhos e ler com os filhos: é importante visitar livrarias ou bibliotecas com os filhos e escolher um livro adequado para que leiam juntos, trocando impressões sobre os livros. "Os pais devem se sentar ao lado do filho, para acompanhar a leitura com ouvidos, olhos e coração", diz. 


Feita a leitura, os pais podem propor jogos de perguntas e respostas sobre cada parágrafo do texto, pedir para que o filho conte o que leu e o que ouviu, buscar na memória assuntos relacionados com o tema da leitura atual, descobrir palavras no texto, entre outras coisas que tornem a leitura uma atividade familiar, uma leitura compartilhada. 

Além da leitura, existem jogos de tabuleiro que envolvem conhecimentos gerais e podem auxiliar na assimilação, como palavras cruzadas. Eles tornam a leitura e a escrita uma coisa prazerosa, e não um simples "dever de casa". 


crédito: www.minhavida.com.br

Colesterol alto: o que fazer?

Os órgãos de saúde recomendam mudanças nos hábitos alimentares de pessoas que têm um colesterol total acima de 200 mg. A redução no consumo de gorduras saturadas é o método mais eficaz. Uma dieta que restringe o consumo de gorduras a 20%, ou menos, do total de calorias e que limita as gorduras saturadas a 7%, ou menos, pode baixar o total de colesterol no sangue em cerca de 14%. Seu médico solicitou um exame e você descobriu que seu colesterol está mais alto do que devia? Bem, a notícia ruim é que você vai ter um baita trabalho para reeducar seus hábitos alimentares. A boa, é que isso não é tão difícil quanto parece para a maioria das pessoas. 

Antes de mais nada, é preciso entender o que é o colesterol. Podemos dizer, em termos populares que o colesterol é a "gordura" presente no sangue. É muito importante para o funcionamento do organismo. Mas, como as demais coisas no mundo, torna-se nocivo em excesso. 

Você provavelmente já deve ter ouvido falar de colesterol bom e de ruim. Tratam-se do HDL e do LDL, respectivamente. Cerca de 70% do colesterol presente em nosso corpo é produzido pelo fígado e encontra-se em sua maioria na bílis. O HDL é de alta densidade enquanto o LDL, possui densidade baixa. É aí que a diferença é crucial: o colesterol bom não é absorvido pelas células, e ainda ajuda a retirar o excesso do mesmo. Já o LDL surte o efeito inverso, sendo extremamente perigoso. 

exercícios e alimentação - Foto Getty Images
Quem quer diminuir o colesterol deve ficar longe de alimentos gordurosos. É bom evitar alimentos como frutos do mar, carnes gordurosas (sobretudo carne vermelha, miúdos e nada de embutidos como mortadela, presunto, salsicha ou similares). 

Dentre os laticínios, troque o leite e o iogurte integrais por seus correspondentes desnatados. O queijo branco também deve substituir os queijos cremosos e amarelos. 

Uma grande vilã, que pode aumentar drasticamente os níveis de colesterol é a gema do ovo. Tente reduzir a ingestão da mesma e de alimentos preparados com ela. Em algumas receitas, pode-se substituir a gema por duas claras. 

Use e abuse das frutas e vegetais. Mas cuidado pois há exceções, como o abacate e o coco. 

Medidas 
Exercitar-se regularmente, emagrecer e controlar o nível de estresse são medidas que podem reduzir o colesterol. Durante os anos reprodutivos, as mulheres não desenvolvem doenças coronarianas devido ao estrogênio. Novas pesquisas indicam que a reposição hormonal pós-menopausa estende essa proteção até a velhice. O consumo moderado de álcool - definido como 30g por dia para mulheres e 60g para homens, reduz o risco de ataques cardíacos. Se as mudanças na alimentação e estilo de vida não conseguirem reduzir o colesterol no sangue, deve-se recorrer à prescrição de medicamentos.

Alimentos que podem elevar o colesterol  
 Margarina e manteiga vegetal, ricos em gorduras saturadas e ácidos graxos. Carnes ricas em gordura, como bife, bisteca de porco ou carneiro, hambúrgueres, bacon, salsicha, salame e outros frios. Biscoitos, bolos, massas folhadas e chocolates, principalmente os preparados à base de óleo de coco ou de palma. Laticínios como o queijo, o creme de leite e a manteiga, ricos em gorduras saturadas.


 Alimentos que podem reduzir o colesterol
- Pão integral, pão de centeio e pães e bolos de grãos variados.
- Frutas como laranjas, maçãs, peras, bananas e frutas secas como damascos, figos e ameixas.
- Flocos de aveia e compostos de cereais que contenham farelo de aveia ou de arroz, assim como tofu e outros derivados da soja.
- Vegetais como cebola, alho, milho, vários tipos de feijão e outras leguminosas. 

Seguir essas dicas pode ajudar muito. Mas somente o seu médico é capaz de avaliar com precisão o que é melhor para você. Visite-o antes de começar qualquer dieta.

O colesterol é fundamental para garantir a vida. O corpo precisa dele para produzir hormônios sexuais, bile, vitamina D, membranas celulares e bainhas dos nervos. O fígado produz aproximadamente um grama de colesterol por dia, que é a quantidade suficiente de que o corpo necessita. 

Muitos fatores como exercícios físicos, predisposição genética, sexo e outros componentes da alimentação influenciam o modo como o corpo humano processa o colesterol. Algumas pessoas podem consumir grandes quantidades e ainda assim conseguem manter os níveis de colesterol no sangue, enquanto outras ingerem muito pouco, mas apresentam alto teor de colesterol no sangue. 

Para verificar os níveis de colesterol no sangue, o médico primeiramente mede a quantidade total existente em um decilitro de sangue, sendo aceitável qualquer quantidade abaixo de 200 miligramas por decilitro.

Hábitos alimentares podem piorar as crises de enxaqueca, conheça-os

Excesso de cafeína e ficar muito tempo sem comer desencadeiam dor


 Dor de cabeça é uma das queixas mais frequentes da vida moderna: 76% das mulheres e 57% dos homens têm, pelo menos, um episódio de dor de cabeça por mês. 


Muito se fala de enxaqueca - esse mal afeta de 12 a 15% da população no Brasil. Dentre os sintomas, são comuns: dor de intensidade variável, latejante, geralmente de um lado da cabeça (mas pode ser dos dois). Ela pode vir acompanhada de incômodo com a luz e barulho. Também pode vir com náuseas, vômitos ou alterações da visão (a pessoa enxerga manchas ou luzes antes ou durante a crise).

A crise pode durar de 4 a 72 horas, quando não tratada - o mais importante é estabelecer tratamento logo no inicio da dor. A Sociedade Brasileira de Cefaleia recomenda o uso de, no máximo, dois comprimidos analgésicos por semana para cortar a dor. Isso porque um dos maiores problemas nesta doença é a cronificação das dores, que acontece graças ao abuso dos analgésicos. 

Trata-se de uma doença benigna, mas que compromete muito a vida do paciente, piorando a produtividade no trabalho e atrapalhando eventos sociais. Infelizmente, a enxaqueca não acomete apenas adultos - 4 a 8 % das crianças sofrem de enxaqueca, e as queixas, muitas vezes, são consideradas ""desculpas" para não realizar as atividades ou para faltar na escola.

Gatilhos para a dor

Há varias causas para enxaqueca, entre elas a genética, ciclo hormonal e alguns "gatilhos", tais como:

- Erros alimentares: Ficar sem comer desencadeia enxaqueca pela queda de açúcar. No entanto, comer grandes quantidades, principalmente de carboidratos e doces após o jejum prolongado, também acarreta em dor.
- Excesso de cafeína (café, chá mate ou preto, bebidas tipo cola, chocolates): o recomendado é ingerir de 200 a 250mg de cafeína por dia, sendo que um café expresso contém de 80 a 100mg de cafeína e o coado 50mg. Não devemos nos esquecer também que quem toma muito café durante a semana e o suspende no fim de semana pode ter enxaqueca "por abstinência".
- Alimentos específicos: frutas cítricas, nozes, queijos, assim como aqueles ricos em glutamato monossódico (salgadinhos) e vinho podem agravar enxaqueca. 
- Alteração do sono: tanto dormir pouco quanto exagerar no sono pode desencadear a dor.
- Ansiedade, irritação e labilidade emocional: esses fatores estão associados à crise de dor de cabeça.
- Sedentarismo: a serotonina produzida pela atividade física pode evitar a crise ou diminuir a intensidade da dor.

Vimos que, com algumas mudanças, é possível melhorar a qualidade de vida de quem tem enxaqueca. Ficando atento a estes detalhes, as dores diminuirão consideravelmente. Não se esqueça de sempre ter acompanhamento médico, afinal, com enxaqueca não se brinca! Hoje, existem tratamentos medicamentosos eficientes, mas as melhoras também dependem de seu estilo de vida. Por isso, invista em uma alimentação que não sirva de gatilho para mais dores. 

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