Queridinho dos fashionistas, o top
designer de sapatos Christian Louboutin aconselha que toda mulher tenha um
escarpin, um peep toe e um sapato em tom nude, da cor da própria pele. O fato é
que a moda anda bem mais democrática e hoje fica mais fácil encontrar modelos
que aliam beleza e conforto. "Cada um tem uma qualidade, só é preciso
coerência na hora de usar", afirma o fisiologista Pedro Rizzi.
Sejam de saltos baixos, médios ou
altos, de cortes abotinados ou com heranças masculinas, os calçados do
guarda-roupa feminino podem ter variações de cores e texturas. É exatamente
isso que faz deles o item de consumo mais desejado entre as mulheres. E ainda
por cima, aparecerem tantas opções tentadoras a cada nova estação que é difícil
resistir.
Mas é preciso precaução na hora de
calçá-los. Comece pensando no tempo que você vai permanecer de pé. "A
melhor escolha, para quem fica muito tempo em pé, são saltos mais baixos, como
os quadrados. Eles oferecem mais estabilidade e não prejudicam tanto o nosso
corpo", explica a fisioterapeuta Fernanda Ehliage. Reserve os saltos finos
e altos, que deixam qualquer mulher mais esbelta, para momentos especiais.
E não pense que os calçados
rasteiros (como sandálias de dedo, sapatilhas e tênis) estão liberados a todo
custo. "Abandonar totalmente os saltos e priorizar o pé no chão também não
é a atitude ideal. Sapatos sem salto algum não fornecem nenhum dispositivo que
absorva o impacto da pisada e isso pode causar dores nos pés e nas
costas", diz Rizzi. Mas as caminhadas e passeios em terrenos irregulares
exigem essa alternativa, que é confortável e não gera desequilíbrio na coluna.
Já que os especialistas recomendam variar,
como fazer para combiná-los? Há uma regra básica que funciona para qualquer
produção: o calçado deve complementar a roupa, e não competir com ela. Isso
quer dizer que, se o sapato chama atenção, o traje precisa ser discreto e
vice-versa.
Se o sapato chama atenção, o traje
precisa ser discreto.
Veja a diferença entre alguns
modelos
Sapatilha
Elas nasceram no século 18 e faziam
parte do uniforme das criadas. Cem anos depois, passaram a ser calçadas por
homens em bailes. Foi só na década de 20 que o modelo delicado e sem salto se
popularizou, em versão boneca, inspirado nas sapatilhas de balé. A clássica
Repetto, criada em 1947 pela mãe de um bailarino, é a mais famosa do mundo. As
chamadas ballerines vestiram pés de Brigitte Bardot, Sarah Jessica Parker,
Hillary Clinton e Kate Moss e se tornaram ícones fashion. Os modelos de bico
redondo tendem a achatar a silhueta. Para reduzir esse efeito, procure calçar
tons parecidos com o da sua pele.
Mary Jane
"Há algo de Lolita nos sapatos
de boneca que os fazem tão desejáveis. Afinal, é o sapato que todas nós
calçamos quando pequenas", diz a editora de moda da revistaMarie Claire
americana Nina Garcia no seu livro 100+ O guia de estilo que toda mulher
fashion deve ter. O fato é que, ao acrescentar um salto alto e um bico, o Mary
Jane se torna algo completamente diferente e sensual. O modelo deixa os pés
menores e mulheres de pernas grossas devem optar pelo salto mais grosso e tira
mais fina.
Masculino ou Oxford
Apesar de ter inspiração masculina,
o modelo pode ter toques delicados, como salto e bico fino. Mesmo em versões
bicolores, é sempre de amarrar com cadarços. O segredo na hora de usar está em
combiná-lo com acessórios e peças bem femininas.
Tamanco ou clog
Feito de solado de madeira pesado e
outras texturas bem brutas como couro e tachas, o tamanco não funciona em
produções formais. "O modelo é bem mais descontraído, e por isso também
mais versátil", indica Fernanda Resende, personal stylist da Oficina de
Estilo.
Peep toe
É considerado um escarpin (clássico
salto alto) que exibe parte dos dedinhos. Podem aparecer em modelos rasteiros,
com salto anabela, fino, médio ou altíssimo, e são extremamente versáteis. Como
é decotado e sem bico, o peep toe alonga a silhueta e é perfeito para as mais
baixinhas. Apenas evite usá-lo com calças largas e saias longas.
Sandália abotinada e peep ankle
Parecem uma ankle boot, mas são
abertas na frente e/ou atrás. Os modelos com tiras nos tornozelos devem ser
evitados nas pernas grossas. Nesse caso, opte por uma calça skinny por dentro
do calçado. E, assim como os peep toe, podem ser coordenados com meia-calça.
Sandália gladiadora
O modelo de tiras presas ao
tornozelo precisa ser combinado com roupas apropriadas. Mulheres altas e magras
podem usar os modelos de cano mais longo. As baixinhas ou fora de forma devem
optar pelo comprimento só até o tornozelo. Como a característica dessa sandália
é o excesso de tiras, o modelo não veste bem quem tem pouca altura ou pernas
grossas, pois achata a silhueta e evidencia mais a parte inferior do corpo.
"O cuidado está na proporção da roupa, que precisa ser inversamente
proporcional a altura do cano da sandália", explica o designer de calçados
Jorge Bischoff. Outra novidade que aparece nas sandálias são os cadarços. Em
modelos altos, rasteiros ou peep-toes, as amarrações, que já apareciam nos
sapatos masculinos e nas sandálias abotinadas, dão um toque moderninho às
produções.
Tendência flúor
Por ser muito chamativa, limite a
cor a uma peça: se vai de sapatos fluorescentes, complete o visual com cores
neutras. Os tons claros, como nude, branco e perolado, dão destaque às cores
neon. Já o preto faz boa companhia em produções mais formais.
Dicas úteis
- Quem é baixinha deve preferir
modelos decotados, que mostrem bastante o peito do pé;
- Se você está acima do peso, use
saltos médios e grossos, que dão estabilidade. Evite saltos muito finos e
sapatilhas muito abertas;
- Para pernas curtas e grossas, o
salto deve ser grosso e o modelo decotado. Sandálias que amarram na perna e
sapatilhas devem ser evitadas;
- Pernas finas não ficam bem em
modelos com bico muito fino, que dão a impressão de alongar mais os membros;
- Se você tem tornozelo grosso,
alternativas que disfarçam a região são as plataformas e sapatos mais pesados.
Esqueça os modelos com amarração no tornozelo ou muito fechados;
- Quem sofre de joanete deve
procurar sapatos confortáveis e fechados, como sapatilhas e tênis, e fugir dos
saltos altos;
- Pés gordinhos não ficam bem em
sandálias com tiras muito finas. O ideal é investir em tiras grossas e
molinhas;
- Peito do pé alto pode ser atenuado
com modelos que têm tiras saindo do calcanhar em direção ao bico;
- Pés largos e chatos devem ficar
longe de sandálias muito delicadas e bicos finos.
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